Portugal é um país de bom vinho. Os portugueses consomem-no como ninguém e os estrangeiros também o apreciam cada vez mais. Em 2020, segundo a associação de promoção ViniPortugal, apesar da pandemia, as exportações cresceram 3,25%. As últimas semanas têm sido marcadas pelo lançamento de novas referências que surpreendem pela qualidade e até pelas castas que foram utilizadas. Estes são alguns dos novos néctares adicionados por algumas das mais prestigiadas produtoras vitivinícolas.
1. Pacheca Grande Reserva Touriga Francesa 2018
É o primeiro monocasta da Quinta da Pacheca produzido com Touriga Francesa. Um vinho de aroma intenso e complexo que expõe todas as potencialidades desta casta típica do Douro. Este néctar nasce da paixão da equipa de enologia da quinta, liderada por Maria Serpa Pimentel, que decidiu explorar todas as capacidades da Touriga Francesa para desenvolver uma proposta de tinto com aroma de frutas pretas, como o mirtilo e a amora, apresentando notas do estágio em barricas de 300 litros de carvalho francês.
Fermentado nos tradicionais tanques de pedra granítica da adega da Quinta da Pacheca, atualmente propriedade do Grupo Terras e Terroir, surpreende pelo paladar com caráter. "Na boca apresenta-se denso, intenso, com uma acidez importante que lhe confere frescura e que antevê um futuro longo", vaticina a enóloga. O Pacheca Grande Reserva Touriga Francesa 2018 casa perfeitamente com pratos de carnes vermelhas assadas ou grelhadas, pratos de caça e pratos com cogumelos como o porcino e shitake.
As uvas utilizadas na elaboração do vinho tinto Pacheca Grande Reserva Touriga Francesa 2018 provêm "de uma parcela de vinha com cerca de 25 anos de idade, instalada a 100 metros de altitude, tendo o vinho estagiado por um período de 18 meses em barricas de carvalho francês", revela ainda o Grupo Terras e Terroir em comunicado de imprensa. À venda nas melhores garrafeiras de norte a sul do país, também pode ser adquirido na loja online do produtor. O preço de venda ao público sugerido é de 29 €.
2. CH by Chocapalha Branco 2018
É um néctar monocasta, produzido exclusivamente com exemplares da casta Arinto. A fermentação que lhe deu origem ocorreu, durante 15 dias, a baixas temperaturas, em barricas de carvalho francês. "Após a fermentação, o vinho estagiou nas mesmas barricas em contacto com as borras finas, durante nove meses, com batonnage", informa a Quinta de Chocapalha em comunicado de imprensa. O resultado, com a assinatura e o saber da enóloga Sandra Tavares da Silva, é um néctar que cativa logo desde o primeiro travo.
"Tem um aroma muito fino e elegante, com notas cítricas e minerais. Na boca, revela uma excelente acidez, uma boa textura e um final muito longo", descreve a marca da Casa Agrícola das Mimosas, localizada na Aldeia Galega da Merceana, em Alenquer, no distrito de Lisboa. Se não o beber já, pode guardá-lo. "Tem grande potencial de envelhecimento", garante Sandra Tavares da Silva. O solo argilo-calcário e a vinha com 28 anos moldaram o paladar deste vinho, com uma concentração de álcool de 12,5%.
Lançado em simultâneo com o CH by Chocapalha Tinto 2018, um monocasta produzido exclusivamente com uva Touriga Nacional proveniente de uma vinha com 33 anos, o CH by Chocapalha Branco 2018 é uma das novas referências da Quinta de Chocapalha, propriedade da família Tavares da Silva, edificada numa região onde os romanos chegaram a produzir vinho em tempos idos. À venda em garrafeiras selecionadas de norte a sul do país, este vinho tem um preço de venda ao público recomendado de 22 €.
3. José de Sousa 2018
Produzido com técnicas ancestrais na Adega José de Sousa, propriedade da José Maria da Fonseca, em Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, este vinho tinto também promete conquistar os paladares mais exigentes. A utilização da talha na fermentação das uvas, que foram pisadas a pé, deram origem a um néctar sedutor, com uma tonalidade de um vermelho profundo e com um aroma fumado e um toque apimentado que o tornam único. No paladar, é um vinho redondo, com taninos macios e um longo final de boca.
Com 52% de Grand Noir, 33% de Trincadeira e 15% de Aragonez, castas que foram cultivadas em solo granítico, fermentou a 26º C, sempre sob a supervisão do enólogo Domingos Soares Franco. Envelheceu, depois, durante oito meses em barricas de carvalho francês, dando origem a um vinho com aroma a esteva, pinheiro-bravo, pimenta-preta e folha de tabaco, com 13,5% de álcool. Foram produzidos 106.000 litros de José de Sousa 2018. O processo de engarrafamento teve lugar em dezembro de 2020.
Este vinho deve ser servido a uma temperatura a rondar os 14º C, sendo perfeito para acompanhar pratos de caça e queijos de pasta mole. Tem também uma grande longevidade, podendo ser ingerido até 10 anos após o engarrafamento. Este blend resulta de uma aposta de Domingos Soares Franco, o primeiro enólogo português formado pela reconhecida Universidade de Davis, na Califórnia, nos EUA. À venda em garrafeiras selecionadas e na loja online do produtor, tem um preço de venda ao público de 8,99 €.
4. Bico Amarelo 2020
É outra das novidades de março de 2021. Representa a diversidade da região dos vinhos verdes através das suas três principais castas, Loureiro, Alvarinho e Avesso. Através de uma vinificação simples, sem qualquer adição de açúcar ou de gás, deram origem a um vinho leve, fresco e equilibrado, dominado por notas cítricas e aromas florais. O Loureiro confere-lhe frescura, intensidade e exuberância, que se conciliam com a concentração. O Alvarinho introduz-lhe acidez e o Avesso traz-lhe harmonia, volume e equilíbrio de boca.
Os métodos de vinificação usados na produção do vinho verde Bico Amarelo 2020 não poderiam ter sido mais simples. À prensagem dos cachos, utilizados inteiros, seguiu-se um processo de fermentação em cubas de inox a uma temperatura, controlada. "O estágio, diferenciador, foi feito com recurso a batonnage, o que veio permitir dar mais cremosidade, mais textura e um maior equilíbrio ao lote final", explica José Luís Moreira da Silva, enólogo da Quinta do Ameal, produtora vitivinícola da região do vale do Lima.
Esta marca foi inicialmente lançada pelo antigo produtor, Pedro Araújo, exclusivamente no Brasil, onde conseguiu um nível de implementação que, na altura, surpreendeu o empreendedor. Em 2019, a Esporão, fundada em 1973 pelos empresários José Roquette e Joaquim Bandeira, adquiriu a Quinta do Ameal e passou a comercializar o Bico Amarelo em território nacional. À venda em garrafeiras selecionadas de norte a sul do país, este novo vinho verde tem um preço de venda ao público recomendado de 4,99 €.
5. Torre de Palma Rosé 2020
Foi lançado no inverno para ser amplamente saboreado na primavera e no verão. Produzido com uvas das castas Touriga Nacional, Aragonez e Tinta Miúda, vindimadas manualmente, selecionadas e prensadas de forma suave e rápida para obter a cor rosa leve que o caracteriza, o novo rosé da Torre de Palma, produtora vitivinícola localizada no coração do Alto Alentejo, em Monforte, apresenta na boca um aroma frutado com notas de cereja e de morangos silvestres e uma acidez que lhe confere grande frescura.
A nova proposta da marca é perfeita para saborear com sopas de peixe e sushi ou tempura. "É ideal para início da refeição, para acompanhar pratos mediterrânicos ou até para viajar aos sabores mais exóticos da cozinha japonesa", sublinha Duarte de Deus, o enólogo responsável pelo desenvolvimento dos vinhos da adega da empresa de enoturismo. "O lançamento do Torre de Palma Rosé 2020 em pleno inverno insere-se na nossa estratégia de enaltecer este tipo de vinho", esclarece a empresária Luísa Rebelo.
"É, muitas vezes, associado apenas aos dias mais quentes de verão mas, na verdade, é um vinho transversal, muito versátil, ideal para qualquer altura do ano", considera a proprietária da empresa, que também gere o Torre de Palma Wine Hotel, um hotel vínico de cinco estrelas que integra a cadeia internacional Design Hotels. Este novo vinho rosé está à venda na loja online do produtor em packs. O de três garrafas custa 56,70 €. A caixa com seis garrafas, atualmente em promoção, custa 107,10 € em vez de 113,40 €.
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