"O nosso público alvo eram jogadores de futebol pessoal da tv djs etc.. , refere Alexandre Tavares, director comercial da gino-B, que fala com paixão deste projeto: “A gino-B é um projeto conceptual de sneakers” , explica.
Passada uma época de consumo interno - do próprio Alexandre Tavares e do seu agente na Holanda PARRY PATEL -, foram produzidos alguns pares de sneakers 100% forrados com pelo de carneiro, que podiam ser utilizados na neve. O resultado foi uma surpresa para ambos.
O desgaste dos pés depois de um dia com botas de neve era brutal, mas estes sneakers revelaram-se muito confortáveis e quentes. Foi aí que perceberam que conseguiam ter um produto jovem, confortável, resistente e com muito mais look do que as habituais botas da neve ou ate mesmo as après ski boots.
Nesta altura nasceu a marca Après Ski by gino-B, conceito que até então não existia no mercado, mesmo falando de sneakers com pelo de carneiro por dentro. Na Holanda o projeto tem como parceiro um ex internacional de futebol holandês e ex jogador do Benfica Pierre van Hooijdonk, que foi também a cara da campanha para homem. No calçado feminino, Marianne Timmer, a campeã mundial de ice speed skating e vencedora de duas medalhas de ouro olímpicas, foi a cara (ou pés) escolhida. Em Portugal a marca vende na sua loja on-line.
Alexandre Tavares deixa um desabafo:” O consumidor pensa que em Portugal só há 5 ou 6 marcas. Mas há tantas tantas que nos dão muito e muito orgulho fora do país.”
A gino-B foi criada em 2009 numa fábrica com quase 70 anos de experiência no mercado especializado em sapatos clássicos. A marca faz parte da Armando Silva, uma empresa de S. João da Madeira fundada em 1946 por Armando Luís da Silva numa pequena oficina de calçado com um sistema de produção artesanal e 12 trabalhadores.
Muitas marcas de renome são fabricadas em Portugal mas continua a existir alguma marginalização por parte da grande maioria dos comerciantes portugueses, que muitas vezes afirmam que só compram marcas estrangeiras. “Temos noção de que os sneakers que comercializamos não estão ao alcance de todas as bolsas mas, mesmo assim, os comerciantes apostam em marcas com preços semelhantes ou ainda superiores, marginalizando as marcas nacionais, e muitas das vezes somos nós, industriais do calçado português, que as fabricamos dentro das nossas fábricas”, conclui Alexandre.
O que é nacional é bom e recomenda-se. Para quê ir para fora, se cá dentro temos tanto e tão bom?
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