Nos últimos anos, a atriz australiana Nicole Kidman, que em 2002 ganhou um Óscar pelo seu papel de Virginia Woolf no filme «As horas», tem sido acusada de se ter excedido
nos retoques estéticos.

É um exemplo paradigmático da ténue fronteira
entre a possibilidade de rejuvenescer e o perigo de perder a naturalidade.
O cirurgião plástico Mário Jorge Freire dos Santos comenta o seu caso.

Relativamente à possibilidade de
Nicole Kidman ter feito retoques no
rosto, Mário Freire dos Santos acredita
que, «aparentemente, terá sido
submetida a injeções de botox e
preenchimentos na face (região malar
e lábios)». Na sua opinião, «das
fotografias analisadas, obviamente
estáticas, pode observar-se claramente
que há um aumento exagerado
da região malar (bochechas),
que
acaba por aumentar a visibilidade dos
sulcos nasogenianos (entre as asas do
nariz e os cantos da boca), bem como
um aspeto artificial dos lábios (sobretudo
do superior) com uma clara
distorção do, até então, muito belo
e harmonioso rosto da atriz».

As alterações a que Nicole Kidman se
sujeitou serão então responsáveis pelo
atual aspeto sofisticado da atriz,
contudo menos natural. Refira-se,
no entanto, que, segundo o cirurgião
plástico, «estes produtos são reabsorvidos
pelo organismo (os preenchimentos,
demoram entre seis e 12 meses e a toxina botulínica, entre três e quatro
meses). Os seus efeitos são, pois,
temporários e o aspeto artificial inicial
tende a desvanecer-se com o tempo».


Quanto à alvura imaculada da sua
pele, uma das suas maiores características,
resulta, provavelmente,
apenas da sua genética e dos cuidados
extremos com a exposição ao sol. Nos bastidores da fama, diz-se que Nicole Kidman cobre
sempre as janelas dos locais onde está
para evitar que a luz atinja a sua pele, algo que a atriz nunca confirmou publicamente.

Como estaria melhor

Apesar da utilização de preenchimentos na
face estar muito em voga, o exagero resulta
numa face de boneca. O aspeto é artificial
e
deve-se, em minha opinião,
a uma utilização em
excesso de produto», revela o cirurgião plástico. O efeito resolve-se com o passar do tempo.
Em alternativa,
estes produtos podem, se
necessário, ser quimicamente
neutralizados (no
caso dos preenchimentos reabsorvíveis).

Os bons resultados dependem sempre do bom
senso e parcimónia nas quantidades
utilizadas.
«É preferível fazer dois ou três retoques por ano
do que injetar demasiado produto de uma só vez.
Modificações muito grandes alteram a forma da
face, retirando a sua naturalidade e os traços de
beleza existentes», defende.