Fomos fazer o tratamento do momento e contamos-lhe como é mergulhar o corpo numa banheira cheia de peixes que fazem um esfoliação original.

Na manhã em que Ricardo Araújo
Pereira falou dos peixes garra rufa tema num programa da Rádio Comercial, estava eu à porta do Mister Fixe do
Oeiras Parque, pronta para mergulhar numa banheira
cheia destes peixinhos.

Apesar das reações das minhas colegas
e amigas, cheias de ais e uis assustados, eu
estava desejosa por
entregar-me a esta experiência. E, já que era para fazer algo diferente, optei pelo
bodyspa em vez do pedicurespa ou do manicurespa, em que se mergulham apenas as mãos e os pés nuns
tanques concebidos para o efeito. Se era para viver a
experiência intensamente, então queria usufruir do
tratamento completo.

Primeiras impressões

Antes de dizer que tinha hora
marcada, analisei bem a loja. Na
parte da frente encontra-se uma
área composta por tanques para
manicure e pedicure, exposta
ao olhar curioso de quem passa
naquela zona do centro comercial
e, mais atrás, está o tanque
para a terapia de corpo inteiro,
com direito a sofás, toalhas e
uma cabine de duche. Ah! E não
cheira a peixe! Lá me apresentei, como uma
cliente normal.


Fui encaminhada
por uma funcionária para a zona reservada.
Depois de me perguntar
se tinha algum problema de pele
e de me explicar alguns conceitos
associados ao tratamento com estes peixes conhecidos mundialmente
por Dr. Fish, fechou
a cortina que separa esta área
da restante loja e que permite
alguma privacidade. Disse-me para tomar um duche para
remover os restos de creme que
tinha aplicado de manhã. Não perguntei mas calculei
que pusesse em risco a saúde dos
garra rufa. Depois tive de vestir o biquíni e chamá-la antes de entrar no tanque.

Vamos fazer amigos entre os animais

Mal pus os pés na água, centenas
de peixinhos alaparam-se
aos meus calcanhares, a zona do meu corpo com mais pele morta. Não tive
comichão ou qualquer tipo
de sensação desagradável, ou
seja, não havia impedimentos
para submergir o resto do meu
corpo. Deitei-me na banheira e
comecei a desfrutar o momento,
observando com curiosidade
o trabalho dos garra rufa.

Cheguei à conclusão que os
meus pés estavam uma lástima,
porque foi onde a maioria dos
peixes se concentrou. Para além
disso, percebi que o lado direito
do meu corpo tem sido alvo de
uma esfoliação pouco eficaz, já
que aqui havia vários peixinhos
a beliscarem-me a pele. Adorei
vê-los a explorar zonas que não
sonhava estarem mal esfoliadas,
como o umbigo ou o esterno.

Vale a pena?

Para quem, como eu, gosta
de experimentar tratamentos
diferentes e não teme arriscar, esta
é uma experiência a não perder.
As dúvidas que tinha acerca da
capacidade esfoliante dos garra
rufa foram detonadas. A minha
pele ficou realmente macia e
muito brilhante. Recomendo.
Vou voltar de certeza!

Prós

- A pele fica realmente brilhante
e macia nos dias
seguintes.
- A interação com
os peixes torna
esta experiência
inesquecível.
- É um momento
muito relaxante mas
original.

Contras

- O preço deste tratamento, 50 € para 30 minutos e 80 € para 60 minutos, é um
pouco excessivo.
- Não facultam chinelos nem avisam para levar.
- O facto da loja
se localizar num
centro comercial
compromete a
privacidade que se
quer num momento
relaxante.


Veja na página seguinte: As doenças que estes peixes ajudam a tratar

O peixe doutor

Os garra rufa
são oriundos das
águas do médio
Oriente, da
Turquia, da síria,
do Iraque e do Irão. Contrariando o
receio da maioria
das pessoas, é
de frisar que são
inofensivos e não
têm dentes, pelo
que não põem em
causa a integridade
física de ninguém.


Habituados a viver
em águas quentes,
onde nem sempre
abundam as algas
e os plânctones de
que se alimentam,
os garra rufa
desenvolveram
um instinto
natural para se
alimentarem das
peles mortas dos
banhistas.

Pode
parecer um hábito
estranho, mas a
verdade é que a
maioria dos relatos
destes banhistas
comprova que o
trabalho sujo
que estes peixes
fazem proporciona
melhorias visíveis
no estado geral
da pele. Há quem
diga que a sua
ação é benéfica,
até, em casos de
psoríase, eczemas
ou problemas
de circulação
sanguínea. Mas,
essa parte, deixo-a
para o escrutínio
dos especialistas.

Texto: Madalena Alçada Baptista