Mais de mil pais e mães oriundos de 42 estados norte-americanos reuniram-se para formar um movimento anti-smartphone.

A iniciativa espalhou-se rapidamente nas redes sociais desde que foi criada, há poucos meses, por Brooke Shannon, uma mãe de três filhos natural de Austin, Texas. “Quando minha filha mais velha, Grace, foi para a creche, a maioria dos alunos tinha smartphones”, explicou ao site RealSimple. “A partir daí, parece uma epidemia. Há miúdos com iPhones nos jardins de infância, crianças que vão a caminho do infantário a brincar com androides no carro dos pais”.

Brooke Shannon juntou vários estudos que associam o uso de smartphones a problemas de concentração e de sono e também ao risco acrescido de se vir a sofrer de cyberbullying. Por isso, esta mãe texana foi adiando o uso desse tipo de equipamento por parte da filha. Não é fácil resistir, diz. “O que acontece é que quando quatro ou cinco crianças começam a usar um telemóvel, todas as outras pressionam a família para fazerem o mesmo”, queixa-se. Foi assim que se lembrou de criar um grupo de pressão oposto, ou seja, pais que adiam o uso de smartphones.

O conceito do “Wait Until 8th”, que é como se chama o projecto, referindo-se assim ao oitavo ano do ensino, tem uma mensagem simples: “Faça com que dez famílias da classe do seu filho esperem até aos treze anos para dar um smartphone à criança”. A esperança desta mãe é que “esse grupo unido e coeso consiga equilibrar a influência” dos pais mais susceptíveis às novas tecnologias ou às exigências dos filhos.

A norte-americana faz questão de sublinhar que não se considere acima das outras mães, nem condena os pais que desde cedo dão telefones aos filhos. E explica também que há uma grande diferença entre os smartphones e os chamados flip phones, aqueles aparelhos simples, com poucas funcionalidades e normalmente munidos de uma tampa sobre o teclado (daí o termo flip).

A pensar também na onda de contestação que o uso de smartphones por parte de crianças tem gerado, e nas conclusões científicas pouco animadoras sobre este fenómeno, a coreana LG lançou recentemente o modelo Gentle que, embora disponha de funcionalidades de um telefone de última geração, tem um teclado à moda antiga e um design inspirado em gerações anteriores destes aparelhos.

O público alvo do Gentle

  • Pais que querem que os filhos estejam contactáveis, mas que não tenham um acesso ilimitado a jogos e videos
  • Pessoas que utilizem o telefone para falar e não para jogar ou navegar na Internet
  • Pessoas mais velhas que não se consigam familiarizar com os teclados de um ecrã táctil.
  • Utilizadores que só recorrem ocasionalmente às funções inteligentes dos smartphones.