Segundo o mais recente documento extraído do TALIS 2018, o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) dedicado aos professores e às escolas, os professores portugueses têm em média 49 anos, mais cinco que os 44 em média nos países da OCDE que participam no TALIS.
O nível de envelhecimento da classe docente, uma das batalhas dos sindicatos em Portugal, é notório também nas comparações internacionais: o relatório indica que quase metade dos professores portugueses (47%) tem 50 anos ou mais, contra a média de 34% da OCDE.
“Isto significa que Portugal terá que renovar um em cada dois professores ao longo da próxima década”, aponta o relatório.
Apesar dos dados mais recentes, relativos aos últimos concursos nacionais de acesso ao ensino superior, mostrarem um desinteresse cada vez maior pelos cursos de educação que prestam formação específica para ensinar, 84% dos professores portugueses ouvidos no TALIS indicaram que a carreira no ensino foi a sua primeira escolha, muito acima da média de 67% da OCDE.
Os docentes portugueses afirmam que a maior motivação para a escolha da profissão foi a possibilidade de influenciar o desenvolvimento das crianças e o contributo para a sociedade.
Já o retrato tirado aos diretores escolares mostra que têm, em média, 54 anos (a média dos países que participam no TALIS é 52 anos), 23% têm mais de 60 anos e são maioritariamente homens.
A OCDE refere ainda que é possível retirar conclusões sobre igualdade de género no acesso aos cargos de topo no peso que homens e mulheres têm nos cargos de professores ou diretores.
Em Portugal não chega a metade (43%) a percentagem de diretores escolares que são mulheres, mas o corpo docente é composto em quase ¾ (74%) por mulheres.
Os números comparam pior com as médias da OCDE, que têm 47% de diretores mulheres e apenas 68% do corpo docente é do género feminino.
Quase 60% dos diretores afirmam ter completado formação específica para a função de administração escolar, e 45% dizem tê-lo feito antes de assumir o cargo.
Quase 20% dos professores portugueses inquiridos afirmam trabalhar com turmas com alunos com necessidades especiais.
A formação específica para trabalhar com este tipo de alunos é a área de formação mais indicada pelos professores portugueses (27%) como necessidade para o seu desenvolvimento profissional.
Quase metade dos diretores (48%) afirmam que a qualidade do ensino para estes alunos é prejudicada pela falta de professores com esta formação específica.
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