Desde 2011 que a Fundação AFID Diferença recebe voluntários de todas as idades, géneros e feitios. As razões por que as pessoas nos procuram são muito vastas.
Há pessoas que vêm à procura de mais experiência na área social, outras têm tempo livre e querem partilhar com os outros esse tempo. Algumas, há anos que pensam em ajudar os outros, mas adiaram sempre. Há muitas que não sabem bem o que vêm à procura, só sabem aquilo que sentem, que querem contribuir para algo maior que elas próprias.
E a isso Martin Seligman (pai da Psicologia Positiva) chamou felicidade autêntica. Segundo o autor, uma vida feliz passa por experienciar emoções positivas acerca do passado e do futuro; saborear sentimentos positivos nas atividades que nos dão prazer, retirando o máximo de gratificação e usar os nossos valores ao serviço de algo maior que nós próprios, para sentirmos que existe um propósito para existirmos.
E é particularmente neste último ponto que pode entrar o voluntariado, isto é, quando nos dedicamos aos outros de forma livre e sem nada exigir em troca, podemos sentir que estamos a contribuir para algo que nos ultrapassa, uma missão/propósito de vida.
Numa altura em que se vive muito autocentrado nas nossas vidas, nos problemas e desafios do dia-a-dia, é comum o sentimento de vazio e falta de um propósito. Poder dar tempo aos outros é sem dúvida uma forma de nos sentirmos mais completos e satisfeito connosco próprios. Perceber o problema do outro e ajudá-lo a ser mais feliz pode contribuir para diminuir os meus problemas e relativizar muitas coisas.
Para as instituições os voluntários contribuem, sem dúvida, para uma maior inclusão da população, trazem outra visões e experiências do mundo e levam consigo as vivências das suas experiências de voluntariado que partilham com os outros.
Os voluntários contribuem também para um maior sentido de solidariedade entre clientes e colaboradores. Isto é, como trabalhador da instituição que observa diariamente o carinho e a dedicação dos voluntários para com os clientes com quem trabalho, isso faz crescer em mim também um sentimento de solidariedade e união para com os colegas e clientes.
Os voluntários são também uma fonte de aprendizagem de bons exemplos e de experiências positivas. Têm experiências de vida tão vastas que nos ensinam tantas outras formas de ver o mundo. Abrem-nos a mente para que possamos pensar de outra maneira, agir de outras maneiras.
Na Fundação AFID são mais de 30 voluntários que oferecem o seu tempo todas as semanas ao serviço da Fundação. Ajudam-nos nos almoços e jantares, colaboram nas atividades do dia-a-dia. Ouvem e animam quem está mais em baixo. Participam ativamente na manutenção dos nossos jardins, na limpeza e arrumação da roupa dos nossos utentes. Fazem companhia a quem está mais isolado e a sentir-se sozinho.
A contribuição dos nossos voluntários é tão extensa que é difícil enumerá-la na sua totalidade. Falo em nome de toda a Fundação que eles nos fazem tanta falta, não só a sua ajuda prática, mas o espírito leve e solidário, os sorrisos e a sua animação.
Têm sido uma mais-valia, também neste tempo de pandemia, preocupam-se com o bem-estar dos utentes, mas também dos colaboradores. Enviam mensagens e vídeos inspiradores para que não desistamos e para continuemos a lutar com esperança por um futuro mais risonho.
Para alguém que se queira inscrever para fazer voluntariado na AFID, pode fazê-lo através do nosso site ou nas nossas instalações (junto ao IKEA de Alfragide).
E enquadrado nesta quadra festiva e inspirado em todos os voluntários do mundo, deixo-vos uma receita de um bolo muito especial.
Bolo da felicidade
Ingredientes:
1 quilo de bondade
1 semana de momentos divertidos
1 chávena de gratidão
Perdão em quantidades a gosto de cada um
1 colher de sopa de valores e talentos
Muitas horas passadas com a família e os amigos
Cuidado com o corpo q.b.
1 hora de relaxamento
Modo de preparação:
Misture o quilo de bondade com a chávena de gratidão, amassando depois firmemente o perdão até obter uma grande satisfação pessoal.
Adicione lentamente as muitas horas passadas com a família e os Amigos, e junte a colher de sopa de valores e de talentos.
Quando tiver uma massa consistente, junte os momentos divertidos, um a um, rindo muito em cada adição.
Por fim, adicione o cuidado com o corpo junto com o relaxamento, respirando lenta e profundamente.
Deite tudo na forma da alegria e leve a cozer no forno do otimismo, durante o tempo necessário para se sentir feliz.
Sirva com boa disposição, acompanhado de um sorriso no rosto!
Pode-se comer muitas vezes porque é pouco calórico e muito saudável.
Fotografia: Trabalho dos voluntários da AFID (antes da pandemia)
Artigo: Margarida Paulino, Psicóloga Clínica e Responsável do Voluntariado na Fundação AFID Diferença
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