A mãe da criança de 4 anos que está desaparecida no estuário do Tejo, e de uma bebé, de 19 meses, que morreu na segunda-feira à noite numa praia de Caxias, Oeiras, foi detida pela Polícia Judiciária (PJ).

Segundo um comunicado da PJ, a mulher é suspeita de duplo homicídio.

A PJ refere que, “em cumprimento de mandado de detenção emitido pelo Ministério Público, procedeu à detenção de uma mulher, com 37 anos de idade, por fortes indícios da prática de dois crimes de homicídio”.

Os factos, acrescenta a PJ, “foram cometidos ao início da noite da passada segunda-feira, numa praia do concelho de Oeiras”.

A mulher vai ser hoje presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação de eventuais medidas de coação.

Uma criança de 19 meses morreu e outra de 4 anos continua desaparecida desde segunda-feira à noite, quando a mãe de ambas foi encontrada nas águas da praia da Giribita, em Caxias, concelho de Oeiras, em estado de hipotermia.

O alerta foi dado por uma testemunha que viu uma mulher sair da água, em pânico e em avançado estado de hipotermia e a afirmar que as suas duas filhas estavam dentro de água.

Mãe estava internada no Hospital Santa Maria

A criança de 19 meses foi resgatada e alvo de tentativa de reanimação, mas sem sucesso, enquanto a mãe, agora detida, foi transportada para o Hospital Santa Maria, em Lisboa.

Os peritos da Polícia Científica da Polícia Judiciária recolheram as roupas da bebé que foi resgatada do mar já sem vida e a carta encontrada no carro conduzido pela mãe das duas crianças. Criança com 4 anos continua desaparecida.

As buscas para encontrar a criança de 4 anos foram retomadas hoje de manhã mas, até ao momento, ainda sem resultados.

O Ministério Público anunciou na terça-feira a abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias da ocorrência.

"Na sequência dos factos ocorridos em Caxias foi instaurado um inquérito que corre termos no DIAP [Departamento de Investigação Ação Penal] de Lisboa-Oeste (secção de Oeiras)", informou a Procuradoria-Geral da República (PGR), numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

A PGR acrescentou ainda que, na sequência de "uma participação efetuada na PSP, a que foi junta uma comunicação recebida do Hospital Amadora-Sintra, foi instaurado, em finais de novembro, um inquérito onde se investigam factos suscetíveis de integrarem os crimes de violência doméstica e de abuso sexual de crianças", um processo que corre termos no DIAP de Lisboa-Oeste (secção de Sintra) e se encontra em segredo de justiça.