A agência Lusa esteve na Escola Básica 2.3. Afonso III, em Faro, e testemunhou o vaivém de estudantes que, de hora a hora, se dirigem para a entrada das salas onde deveriam ter aulas, para ver se o professor fez greve ou não.

Com os funcionários em silêncio, por ordens superiores, um grupo de quatro colegas de uma turma do 9.º ano aceitou falar com os jornalistas quando chegou à escola para ver se, no segundo tempo, iria ter aulas, ao contrário do que acontecera na primeira hora do dia, em que o professor decidiu aderir à greve. “Nós tivemos a primeira hora e agora vamos ver se o professor vem”, disse o aluno do 9.º ano, Carlos Jorge.

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Já Ana Lúcia mostrava-se mais aborrecida com a situação: “Não temos aulas, mas temos de vir cá a cada hora”, disse, antes de entrar na escola com os outros colegas.

Segundo Ana Simões, do Sindicato dos Professores da Zona Sul, a situação na Escola Afonso III, em Faro, está a meio gás porque alguns docentes tinham testes marcados e não quiseram prejudicar os alunos.

Só dois em oito professores compareceram hoje às aulas

Em declarações aos jornalistas Ana Simões fez um primeiro balanço provisório de algumas escolas do Algarve: na Escola de Alto de Rodes, em Faro, só dois em oito professores compareceram hoje às aulas; enquanto numa outra escola primária de Faro só um de doze docentes não aderiu à greve e em Olhos de Água, em Albufeira, todos os docentes estariam em greve.

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, está a fazer um novo balanço deste segundo dia de greve, que começou na terça-feira na zona da Grande Lisboa e termina apenas na sexta-feira, dia em que deverá afetar os alunos das escolas da zona do Porto.

Os sindicados de professores decidiram agendar esta greve depois de várias reuniões inconclusivas com o Ministério da Educação sobre a contagem do tempo de serviço congelado: a tutela admite o descongelamento de dois anos e 10 meses de tempo de serviço aos docentes, que exigem ver contabilizados os nove anos, quatro meses e dois dias congelados.