A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) lançou uma petição a exigir a realização de testes de despistagem de COVID-19 a alunos, professores e funcionários antes de poderem regressar às escolas e às aulas presenciais, que deverão arrancar na próxima semana para os alunos do 11.º e 12.º anos de escolaridade assim como para as crianças das creches.
Em apenas dois dias, cerca de três mil pessoas assinaram a petição, anunciou hoje a Fenprof, que recorda que são precisas quatro mil assinaturas para que o documento seja debatido no Parlamento.
A estrutura representativa dos professores critica o Governo por defender a importância de realizar testes, mas depois não ter uma posição semelhante no que toca às escolas.
“Para as escolas secundárias e jardins de infância, testar não parece fazer parte da lógica de reabertura de estabelecimentos, apesar de se aproximar a data prevista pelo Governo para que seja retomada atividade presencial”, alerta a Fenprof em comunicado.
“Está próxima a meta das 4000 assinaturas, indispensável para levar a Assembleia da República a debater esta petição em sessão plenária”, refere a Fenprof, acrescentando que a realização de testes é um dos temas que irá abordar hoje em reunião com o Ministério da Educação.
A Fenprof questiona ainda a necessidade de retomar a atividade presencial no ensino secundário - “não poderão as escolas optar sobre qual o regime a adotar após dia 18?” – e sobre a realização dos exames finais.
Para a Fenprof, o recomeço das aulas presenciais deve estar dependente de várias condicionantes, tais como a realização dos testes à covid-19, a higienização das escolas ou a fixação de um número máximo de pessoas por sala.
Sobre as condições em que poderão abrir os jardins de infância, a Fenprof considera “inaceitáveis” as orientações da DGS, até porque as crianças “não são mercadoria que se arruma, imóvel, numa qualquer prateleira de armazém”.
A Fenprof já solicitou uma reunião à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social para discutir as condições em que se prevê a reabertura das creches.
Portugal contabiliza 1.144 mortos associados à covid-19 em 27.679 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
O país entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
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