A Autoridade de Saúde Regional do Algarve determinou no domingo a suspensão das aulas presenciais do 1.º e 2.º ciclos, a partir de hoje, nos municípios de Albufeira, Faro, Loulé, Olhão e São Brás de Alportel, devido à “gravidade da situação” epidemiológica.
Em comunicado, os deputados do PSD eleitos pelo Algarve consideram que a decisão “é reveladora de uma intolerável e gritante falta de respeito pelos pais”, por desestruturar a organização familiar nas próximas semanas, “pondo em causa pessoas que trabalham, muitas que não têm com quem deixar os filhos”.
Para os parlamentares, a medida é também reveladora “da ausência de previsão do Estado e da opacidade no processo decisório, bem como de tempo e modo que confundem as pessoas, são fator de desconfiança e abalam a autoridade do Estado”.
Os deputados dizem desconhecer o fundamento da decisão, se é estritamente necessária, por não estar a ser adotada noutras regiões com uma evolução idêntica da pandemia, como Lisboa, e questionam “qual foi o aconselhamento científico que a motivou”.
Cristóvão Norte, Rui Cristina e Ofélia Ramos questionam ainda como é que “uma medida avulsa, desacompanhada de articulação com outros domínios da vida em sociedade, se reveste de um tal efeito útil que compense os prejuízos que se projetam na vida das pessoas”.
Deduzindo que “a situação é tão grave ao ponto de se tomar esta medida”, os deputados querem saber “porque não é decretada a testagem massiva e gratuita – neste momento nem é massiva nem gratuita –, ou se acelera a vacinação”, já que esta é a região que “tem a vacinação mais atrasada”.
Em comunicado, a Autoridade de Saúde Regional do Algarve explicou que a decisão teve como base “o princípio da precaução”, devido à existência de “816 casos confirmados ativos de covid-19” na região.
Segundo aquela autoridade, a taxa de incidência a 14 dias por 100 mil habitantes era de 583 em Albufeira, 329 em Faro, 448 em Loulé, 403 em Olhão e 326 em São Brás de Alportel.
“Esta medida, decidida pela gravidade da situação, de modo a conter cadeias de transmissão, por um período previsível de 12 dias iniciado na segunda-feira, dia 28 de junho, coincidindo com o final do ano letivo, será monitorizada permanentemente e revista no dia 09 de julho, com análise da situação epidemiológica dos municípios nessa data”, pode ler-se na nota assinada pela delegada de Saúde regional do Algarve, Ana Cristina Guerreiro.
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