“Se à data do início do terceiro período não tivermos já dado passos significativos na organização deste novo modelo de ensino, se não tivermos sido capazes de nos adaptar a esta realidade, então teremos o ano letivo seriamente hipotecado”, advertiu a confederação em comunicado.
Segundo a Confap, os primeiros dias de ensino à distância representaram um “desafio de aprendizagem para professores, alunos e famílias”, mas na segunda semana em que a participação nas aulas é feita a partir de casa ainda se mantêm várias dificuldades que podem comprometer o novo modelo, implementado na sequência da suspensão das atividades letivas devido à pandemia covid-19.
Um dos problemas apontados pela confederação é a falta de acompanhamento por parte de alguns docentes. Apesar de reconhecer que, em muitos casos, os professores mantêm um contacto regular com os alunos, os pais têm denunciado situações em que praticamente não existe interação com os estudantes.
“Não estamos em regime de TPC, trata-se de dentro das contingências que nos foram impostas continuar o trabalho e empenharmo-nos para encontrar a melhor forma de o tornar valorizado”, escreve a confederação, sublinhando que é importante que os professores e as famílias percebam que “ainda estamos em atividade letiva.
Os pais admitem que o papel das famílias no acompanhamento dos alunos em casa é agora mais importante, mas sublinham que a escola continua a ser “a ignição das aprendizagens” e, por isso, também os diretores devem continuar a orientar a organização escolar, sobretudo para garantir a coerência nos meios de comunicação com os alunos, evitando “dispersões de natureza técnica”.
O acesso aos recursos tecnológicos que estão a ser utilizados pelos professores no ensino à distância é outro dos problemas que a Confap considera urgentes e, na quarta-feira, o presidente da confederação, Jorge Ascensão, já tinha alertado para as desigualdades entre os alunos.
“Este é um desafio ainda maior para se garantir a equidade e aqui, como também já o estão a afazer algumas autarquias, todos têm que se empenhar para que seja possível chegar a todos os alunos e permitir-lhes a igualdade de oportunidade”, escreve agora a Confap em comunicado.
O terceiro período inicia-se em 14 de abril, mas o primeiro-ministro, António Costa, admitiu na terça-feira que o encerramento das escolas poderá “ir muito além” das férias da Páscoa devido à pandemia de covid-19.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera, e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira.
Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
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