A investigação afirma que o consumo de bebidas com adoçantes artificiais durante a gravidez está associada a um Índice de Massa Corporal elevado e a um risco acrescido de excesso de peso e obesidade nos filhos aos sete anos de idade..

Para o estudo, os investigadores recrutaram 918 pares de mães e filhos nascidos na Dinamarca. Depois do cruzamento dos dados obtidos a partir de vários exames físicos e inquéritos, os resultados revelaram que 45,4% das mães consumiram bebidas com adoçantes artificiais durante a gravidez.

A análise de dados permitiu ainda concluir que o consumo de bebidas na gravidez aumentou em 93% o risco de as crianças terem excesso de peso ou serem obesas aos sete anos.

O estudo avança que a associação entre a exposição intrauterina a bebidas com adoçantes artificias e o tamanho dos neonatos aumenta o risco de excesso de peso e obesidade aos sete anos de idade dos mesmos.

DIREITO DE RESPOSTA

Declaração apresentada pela ISA – Associação Internacional de Adoçantes em resposta ao estudo do NIH liderado por Zhu et al.

Os adoçantes de baixas calorias podem ser consumidos por mulheres grávidas, com ou sem diabetes gestacional, como meio de ajudar a reduzir a ingestão global de calorias e de açúcar sem aumentar o risco de obesidade mais tarde na infância, contrariamente ao que um estudo do NIH – National Institutes of Health e o Comunicado de Imprensa sugerem.

No estudo de coorte de Zhu et al.1, publicado no International Journal of Epidemiology, as constatações em que se apoiam para que o consumo de bebidas dietéticas pela mãe está associado a um aumento do risco de sobrepeso / obesidade aos 7 anos, na verdade, são baseadas num pequeno grupo de 85 mulheres com diabetes gestacional que consumiam diariamente bebidas de baixas calorias. Surpreendentemente, não foi encontrada nenhuma associação com o consumo de refrigerantes açucarados.

É do conhecimento geral que associações entre dois fatores encontrados em estudos observacionais, como este estudo de coorte de Zhu et al., não significam que esses fatores tenham uma relação causal. A possibilidade da influência do fator de confusão devido a outros fatores obesogénicos pré ou pós-natais não pode ser descartada, especialmente, porque as evidências recentes mostram que as vias para o desenvolvimento da adiposidade começam mesmo antes do nascimento e são influenciadas por fatores ambientais, genéticos e epigenéticos2.

Automaticamente, este estudo de coorte prospetivo não explora e não apresenta quaisquer evidências de como o consumo de bebidas de baixas calorias durante a gravidez por mulheres com diabetes gestacional – mas não com refrigerantes açucarados – pode influenciar o risco de sobrepeso / obesidade se manifestar em períodos mais tardios na infância. Qualquer mecanismo relacionado ao microbioma é especulativo e a teoria do doce mas sem calorias é também pouco provável que seja aplicável, porque os filhos / crianças não estão a consumir a bebida de baixas calorias3.

No compute geral, uma dieta e um estilo de vida saudáveis, peso corporal normal antes e o aumento de peso saudável durante a gravidez são fundamentais para o bem‑estar da mãe e da criança. Os adoçantes de baixas calorias podem fazer parte de uma dieta equilibrada durante a gravidez e podem ajudar as mulheres com diabetes gestacional a gerir e dosear a sua ingestão de hidratos de carbono e de açúcar.