Brincar está nos nossos genes. Trata-se de uma atividade complexa que permite divertir, entreter, desenvolver a capacidade de persistência e de imaginar, criar competências sociais e físicas, gerir e trabalhar as emoções, aprender a estar consigo próprio e com os outros, e desenvolver a motricidade e a coordenação motora e psíquica. Nesse sentido, o desafio de comprar um brinquedo implica seguir alguns critérios.
Um dos focos deve ser o seu grau de segurança. Veja a galeria de imagens 25 brinquedos que pode oferecer a bebés e crianças pequenas. Despedaçar, abrir ou desmontar um brinquedo fazem parte da sua curiosidade e do seu desenvolvimento normal. Um brinquedo seguro tem de prever esse quadro. Por outro lado, antes de adquirirem um brinquedo, os pais devem analisar e ponderar muito bem os gostos, interesses, facilidades e dificuldades da criança.
Mesmo os brinquedos que estão dentro da chamada recomendação para a idade podem não ser apropriados para os vossos filhos, porque cada criança é diferente e tem o seu naipe de competências, apetências, gostos e ritmos. Mas uma coisa é certa. O brinquedo escolhido tem de divertir, ser o mais simples possível, procurando entusiasmar, despertar a criatividade, a abstração e o faz de conta.
Além disso, deve permitir a exploração continuada, estimulante e segura, como uma oportunidade de desenvolvimento e crescimento. Estes são os cuidados a ter com a escolha em cada uma das idades:
- Aos 12 meses
De acordo com a fase de desenvolvimento em que está (exercitação da manipulação fina e marcha e coordenação motora), estas sugestões são bastante bem aceites. Empurrar ou, um pouco mais tarde, puxar, são também atividades naturais porque também estimulam a causa ou consequência. A lista de boas opções inclui brinquedos com fios de puxar, que fazem barulho e mexem (como patinhos), além de brinquedos de encaixe (com várias formas e tamanhos, de cores vivas, como cubos).
- A partir dos 18 meses
Já há um maior conhecimento das cores e do objeto. Os dedos têm uma capacidade crescente de agarrar e convém dar brinquedos que possam estimular essa competência. Entre as boas opções, estão brinquedos de encaixe (tipo Lego Duplo), animais ou outras figuras de plástico de cores vivas, carrinhos e camiões e chaves coloridas que fazem barulho.
- Quase a fazer 24 meses
Desenvolve-se a experimentação e a tentativa de associar objetos e imagens à realidade. Quando domina o andar, a criança começa a querer exercitar as pernas de forma mais livre. Os dedos já têm facilidade em, por exemplo, agarrar numa caneta e fazer riscos.
A lista de boas opções inclui brinquedos que simulem os objetos de uso diário, cubos de empilhar, jogos de relacionamento de formas, ginásios para bebés, bolas moles, carros onde a criança se possa sentar e andar com movimentos de pés (sem pedais e, de preferência, sem excessos eletrónicos ou motor), livros de imagens simples e livros de pintar e materiais de escrita.
Veja na página seguinte: Os brinquedos que deve comprar a partir dos dois anos
- A partir dos 2 anos
Esta fase coincide com o fim da omnipotência e o início da necessidade dos outros, com linguagem muito vasta (mesmo que não expressa). Há também um desenvolvimento de competências motoras, com grande coordenação. A criança já sabe manusear tudo o que os seus dedinhos alcançam. Como a energia é imensa (física e cerebral), recomendam-se jogos que permitam veicular essa energia.
Nesta fase, recomenda-se também deixar as crianças fazer barulho quando brincam, mesmo que seja o vrum-vrum de um carro. A lista de boas opções inclui ainda brinquedos em que puxar ou carregar num botão desencadeia algo (uma melodia, o aparecimento de um boneco, ou o som de um animal), instrumentos de música e blocos lógicos.
Além desses, pode adquirir ainda blocos de madeira ou plástico para construção, bonecos e brinquedos que sugiram cenas da vida real, puzzles (muito simples) e livros ilustrados bem como as histórias gravadas (também simples), comboios interligados e carrinhos, papéis, canetas e lápis, brinquedos de pedalar, andar ou puxar e ainda bolas.
Texto: Carlos Eugénio Augusto com revisão científica de Mário Cordeiro (médico pediatra e autor do livro «Crescer Seguro», publicado pela editora Glaciar)
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