Cristina Ferreira prometeu ao início da manhã desta quinta-feira, 2 de fevereiro, que este seria "um dia importante". O Fama ao Minuto sabe agora a que se referia a apresentadora.

Cristina foi ouvida durante a tarde de hoje na Assembleia da República, onde apresentou uma petição contra o ódio e agressão gratuita na Internet.

A também diretora de Entretenimento da TVI, como primeira subscritora do documento, fez-se acompanhar de Rui Couceiro, o editor do Livro 'Pra Cima de Puta', que Cristina lançou em novembro de 2020.

Na sua primeira intervenção, a comunicadora explicou que esta petição, que entretanto já soma mais de 50 mil assinaturas, "parte de um lançamento de um livro" e que é fruto da sua "experiência pessoal em relação às redes sociais e à forma como elas, hoje em dia, se encontram".

Cristina Ferreira sugeriu a criação de uma entidade reguladora das redes sociais a quem os utilizadores destas plataformas se possam dirigir quando se sentem "injuriados e difamados".

Durante a defesa da petição, a apresentadora chegou mesmo a ler alguns comentários deixados nas suas redes sociais, nos quais é possível encontrar palavras como "vaca", "supérflua" e "presunçosa".

"Se olharmos para muitas das caixas de comentários que hoje em dia estão à nossa disposição de forma livre e aberta, este tipo de comentários existe. A minha questão é: se isto acontecesse fora das redes sociais, o que aconteceria? De que forma estas pessoas se poderiam queixar?", questionou Cristina, afirmando de seguida que existe um "sentimento de impunidade".

Isabel Moreira, relatora da petição, salientou a importância de "trazer ao tona o assunto que é muitas vezes alvo de debate na Assembleia da República". A deputada do Partido Socialista referiu que a liberdade que todos temos nas redes sociais "não é infinita" mas explicou que, embora não exista nenhum crime intitulado "discurso de ódio" nem "ciberbullying", estas práticas são consideradas como crimes.

Por outro lado, Sofia Matos, deputada do PSD, referiu que as expressões citadas anteriormente por Cristina "não são muito diferentes" das que os próprios deputados recebem diariamente pelo exercício das suas funções. Ainda assim, não deixou de reforçar que "não existe um vazio legal" no que diz respeito a estas questões.

Também a deputada Patrícia Gilvaz, da Iniciativa Liberal, participou do debate e referiu que o seu partido é "o que mais defende" na Assembleia da República a "liberdade de expressão".

Em 'Pra Cima de Puta', recorde-se, Cristina Ferreira reuniu várias das ofensas de que foi alvo nas redes sociais. A obra vendeu mais de 30 mil exemplares e as receitas reverteram, conforme revelou a própria durante a apresentação da petição, a favor de uma associação que combate o ciberbullying.

A petição será em breve alvo de discussão em plenário.

Veja aqui a audição de Cristina Ferreira e Rui Couceiro.

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