O realizador de cinema Roman Polanski, preso na Suiça há dois meses, foi libertado ao princípio da tarde de hoje e já se encontra, sob prisão domiciliária, no seu "chalet" em Gstaad, uma luxuosa estância de ski nos Alpes.
Antes de sair da cadeia, Polanski, de 76 anos, teve de pagar uma fiança de 3 milhões de euros, entregou todos os seus documentos às autoridades e aceitou sujeitar-se ao regime da pulseira electrónica no tornozelo. Não poderá sair dos limites da sua propriedade, mas poderá receber visitas, escrever cartas e usar telemóvel e computador.
O realizador de "O Pianista" e "Oliver Twist" tinha à sua espera no "chalet" de Gstaad a mulher e os dois fillhos, enquanto no exterior se aglomeravam polícias e jornalistas (mais de 200). O carro em que seguia entrou directamente na garagem da residência e é aqui que vai ter de aguardar uma decisão das autoridades suíças sobre se vai ou não ser extraditado para os Estados Unidos.
O cineasta tem pendente, desde 1978, um processo judicial nos EUA por ter mantido relações sexuais com uma menor. Depois de ter admitido o crime, Polanski não esperou pela sentença e fugiu para a Europa. Viveu aqui, mais ou menos discreto, durante vários anos, até que há dois meses foi preso pela polícia suíça a pedido da justiça americana, que pede a sua extradição, a fim de o julgar em definitivo.
No meio disto tudo, sabe-se que a menor americana já há muitos anos retirou as queixas e perdoou a Polanski. Mesmo assim, a justiça dos Estados Unidos quer que o cineasta se apresente num tribunal de Los Angeles, para que sejam cumpridos todos os formalismos legais e o assunto arrumado de vez.
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