Que balanço faz da experiência como apresentadora do programa “Canta Comigo”?
Faço um balanço muito positivo, gostei imenso de ter trabalhado neste projeto. Tenho pena que acabe, porque agora é que estava a ganhar o balanço todo… Mas já sabia que era um programa de verão.

Gostaria de voltar à apresentação num formato deste tipo?
Sim. Gostei muito deste formato. Gosto bastante de tudo o que tenha a ver com música. E se for dança, então ainda melhor.

O que retirou desta experiência?
Muita coisa. Primeiro, tive uma experiência brutal, que ainda nunca tinha tido, que é a da apresentação. Já tinha estado na “Morangomania”, que foram cinco horas em direto, mas o público e a linguagem eram completamente diferentes. A “Morangomania” era mais a “Rita miúda” e agora foi mais a “Rita mulher”. Foi um registo completamente diferente. Depois, foi trabalhar com diretos. Os atores não trabalham em direto sem ser no teatro, e teatro profissional só fiz uma vez.

Sentiu-se intimidada?
A trabalhar com as câmaras não, foi relativamente fácil. Mas foi difícil habituar-me ao teleponto, sem dar a impressão de que estou a ler.

E como foi conciliar a apresentação de “Canta Comigo” com a novela “Remédio Santo”?
Já tinha tido experiência de conciliar a novela com outros trabalhos e não me foi de todo difícil. Senti-me confortável, apesar da intensidade do trabalho e dos fins de semana ocupados.

A Rita aparece na novela como vilã e no “Canta Comigo” como simpática apresentadora…
A Rita não é vilã, quem é vilã é a “Helena” (risos).

O público faz essa distinção?
Faz. Tive a sorte de começar a carreira só com personagens boazinhas e as pessoas conseguem distinguir perfeitamente. Nunca fui ofendida ou maltratada. Dizem apenas que sou muito mazinha e pedem-me para dar menos porrada à santinha.

O que é que o público ainda pode esperar desta vilã?
Ui! A única coisa que posso dizer é que o público ainda não sabe da missa a metade. Ainda vem por aí muita maldade, o que me está a dar um gozo imenso.

Sente-se bem neste papel de vilã?
Sinto que puxo muito mais pela minha criatividade. Criatividade é coisa que não me falta, sei que é uma qualidade que tenho desde pequena. Uma vilã puxa muito mais pela criatividade de um ator do que a boazinha, pãozinho sem sal, que está dividida entre dois amores e não sabe o que fazer.

Há pouco falava da “Rita menina” e da “Rita mulher”. Sente que está a passar para um patamar diferente, um virar de página?
Se calhar sim, porque estou a ganhar um novo público. Tenho muitos mais fãs no Facebook acima dos 20 anos, de fato e gravata… (risos). São pessoas de todas as idades, de todas as profissões e vejo que estou a entrar em comunicação com um novo público.

Contrastando com esse apoio que sente do público, sabe-se que a sua relação com a imprensa já viveu melhores dias…
Não faço produções. Dou muito poucas entrevistas por ano, e as que dou são assim (colectivas). Se hoje estou a tomar um pouco mais de tempo é porque já não falo com a imprensa há muito tempo e quero respeitar o vosso lado. O que acontece é que depois, daqui, saem coisas inimagináveis…

Fica triste com estas situações?
Já não fico.

Também se aprende a lidar com esses problemas?
Sim. Acho que muito pouca gente em Portugal me consegue ensinar alguma novidade em como lidar com a imprensa.

E a Rita está solteira?
E depois aparece este tipo de perguntas… (risos) Já disse várias vezes que sim, que estou!

(Texto: Inês Costa)
(Foto: Bruno Raposo)