Patrícia Tavares começou a trabalhar no mundo da representação com um papel como figurante, aos oito anos. Mais tarde, quando tinha 11 anos, contou com um papel secundário numa série da RTP, percurso que recordou logo ao início da entrevista no programa 'Conta-me', da TVI.

"Os meus pais tinham um minimercado, em Queluz, e tinham uma freguesa que era atriz e fazia imenso cinema. Os meus pais estavam a passar dificuldades financeiras e começou a ver-se uma oportunidade de se ganhar um dinheiro extra. Como era aos domingos ou aos sábados, dava para conciliar. E íamos todos, os quatro [fazer figuração]", começa por explicar, referindo-se ao momento em que começou a dar os primeiros passos na áera da representação.

"Além de ser uma procura de tentar melhorar a vida, passou a ser um sítio onde nós nos divertíamos muito em família, porque obrigatoriamente estávamos juntos, estávamos a trabalhar, havia aquele sentido quase de missão, de curiosidade, e unia-nos ainda mais", recordou, ainda sobre os trabalhos como figurante que toda a família fazia no cinema.

A dada altura, Patrícia falou do irmão mais novo, Márcio Ferreira, que também começou a dar passos na representação quando era jovem, mas acabou por não seguir carreira na indústria.

"O meu irmão começou a fazer televisão quando eu comecei a fazer televisão. Eu estreei-me na 'Roseira Brava' e ele também", lembrou, lamentando de seguida o facto de o irmão ter sido "enxotado para fora".

"O meu irmão é muito talentoso. Tenho muita pena que este meio o tenha enxotado para fora. De vez em quando acontecem estas coisas, e por culpa de alguém que mandava na altura, que dizia que na família não podiam haver dois talentos... O caminho do meu irmão seguiu outro caminho e ele está muito feliz", destacou.

Atualmente, Márcio trabalha numa área que em nada tem a ver com a representação. "Trabalha para o mundo como o CR7 do desenho", realçou Patrícia Tavares, referindo que o irmão está a viver fora de Portugal por causa da profissão.

O facto de estar longe da filha, que vive em Portugal, deixa Márcio de coração apertado. No entanto, destaca Patrícia Tavares, não deixa de "estar orgulhoso do seu percurso e da forma como as pessoas o recebem e acarinham, aquilo que conquistou que já é imenso".

Ainda assim, a atriz diz que o irmão tem "muita vontade e desejo de voltar" a representar. "Ele é fascinado não só pela representação, mas por tudo isto que envolve, esta dinâmica que é ter uma família artística contigo, a equipa", acrescentou, confessando que já chegou a sentir "alguma culpa" por ter continuado a carreira na representação ao contrário do irmão.

"O meu irmão será sempre bom naquilo que ele desejar ser bom. O meu irmão é muito bom, um ser humano muito inteligente com um QI acima da média, muito evoluído, mais evoluído para os outros do que propriamente para ele, muito inocente", elogiou ainda.

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