Há quase 15 anos, em 2005, na série de televisão "Segredo", Maria João Bastos interpretou uma personagem que era pintora e aprendeu mesmo a pintar. "Fiz um enorme trabalho de preparação, pintei vários quadros e ofereci-os. Estou a dever um quadro ao [ator] Ruy de Carvalho. Trabalhámos juntos nesse projeto e ele adorava os quadros que eu pintava", confidencia a atriz em entrevista à edição de setembro da revista Máxima.
"Eu vou vivendo a vida à medida que os desafios vão surgindo. O que me motiva e o que me move é essa curiosidade. Sinto uma constante vontade de explorar o que não conheço", desabafa. Além do livro "Life style", que lançou em meados de 2018, também já desenvolveu uma coleção de maquilhagem para uma marca. "Foi uma surpresa, como cantar também foi. Eu desconhecia que sabia cantar", assume Maria João Bastos.
"Não fazia ideia que conseguia estar em cima de um palco a cantar e a dançar durante duas horas seguidas e dei um concerto para 15.000 pessoas no pavilhão Atlântico", recorda a atriz, que brilhou na pele da cantora popular Liliane Marise na telenovela "Destinos cruzados", exibida pela TVI. "Eu nem sei o que por aí vem nem quais são os talentos que tenho escondidos mas também quero ser surpreendida", refere Maria João Bastos, que não exclui a hipótese de regressar a uma das suas paixões antigas no futuro. "Eu desenhava por prazer mas desenhava vestidos de noiva", confidencia.
"Era uma coisa que estava muito ligada a uma partilha com o meu pai e, depois de o perder, os desenhos ficaram guardados numa gavetinha de memórias boas", acrescenta a atriz que, na entrevista, também aborda a ditadura da idade nos tempos que correm. "Esse é um tabu que tem de ser quebrado", defende. "Temos de desmistificar essa ideia porque podemos trabalhar em qualquer idade", insiste Maria João Bastos.
"A partir de uma certa idade, as oportunidades de trabalho começam a ser escassas e eu considero que a luta aqui tem de ser outra, [é preciso] incentivar que as histórias tenham papéis para idades mais avançadas", apela. "Não faz sentido, na nossa profissão, haver essa ditadura da idade ou da beleza", insiste. "Nós contamos histórias com pessoas bonitas e menos bonitas, novas e menos novas", sublinha ainda a atriz portuguesa.
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