Manuel Luís Goucha voltou a 'conversar' com os seguidores da sua página de Instagram este domingo, dia 6 de agosto, tendo optado por falar, desta vez, sobre a Jornada Mundial da Juventude.

O apresentador foi um dos rostos enviados pela TVI para acompanhar o evento religioso durante a semana, e começou por "agradecer as largas centenas de mensagens que recebeu de apreço pelo trabalho desenvolvido nos últimos dias." No entanto, de seguida respondeu a outras "três ou quatro mensagens", negando ser ateu.

"Por que razão é que a TVI escolheu um ateu para acompanhar a vinda do Papa a Portugal? Permitam-me, uma vez mais, esclarecer algo que já tenho referido várias vezes. Nunca disse ser ateu. Estão a colocar palavras na minha boca que nunca proferi. Sempre me disse agnóstico. E há uma diferença grande entre ser ateu e ser agnóstico", começou por explicar.

"Ateu é aquele que não acredita em Deus. Agnóstico é aquele que não acredita em Deus, mas não nega a existência de Deus. Sou um homem que acredita na ciência. Posso dizer que não tenho provas científicas da existência de Deus, mas também não tenho provas científicas da não existência de Deus. Por isso não discuto Deus porque Deus não é invisível", esclareceu.

De seguida, Goucha afirmou que "não se coloca aqui a questão de ser ou não crente", uma vez que "estava ali um profissional da televisão". "A partir do momento em que aceito o desafio que foi proposto pela direção da TVI, do canal para o qual eu trabalho, tenho de ser isento, digno, imparcial. E procurei sê-lo como sempre faço", afirmou, acrescentando que no seu trabalho "em momento algum vai desrespeitar a crença ou a fé de quem quer que seja".

Goucha contou também que esteve a preparar-se para este trabalho através da leitura de livros escritos por Francisco e sobre Francisco. "Procurei saber, conhecer o pensamento de Papa. E por isso estava preparado", frisou

"A questão de ser crente ou não, não se pode colocar neste contexto. Até é atraiçoar o apelo que o Papa fez em pleno Parque Eduardo VII durante a passada semana. Todos, todos, todos temos lugar. Todos cabem na igreja. Eu diria, todos cabemos na vida", realçou.

De seguida, Goucha falou sobre os jovens que "censuraram" um outro jovem que foi para a Jornada Mundial da Juventude com uma bandeira da comunidade LGBT, referindo que essa não foi a mensagem passada pelo Papa Francisco. "Atraiçoaram o pensamento, a vontade de Francisco".

"Estes três dias fizeram muito sentido na minha vida, talvez não tenham vindo por acaso. Porque ao longo dos últimos três anos, à conta do programa da tarde, tenho aprendido a escutar o outro e a olhar para o outro com a nudez total do meu olhar. Quando digo nudez é porque não há preconceito, não há nenhum juízo ao escutar o outro. E todas as histórias, por muito desinteressantes que possam parecer, merecem também estar ali. Há sempre uma história de vida para ser acolhida, e o melhor acolho é o escutar", salientou.

O apresentador confessou também que "sai destes três dias com ganas para ser melhor".

Veja a mensagem completa no vídeo da publicação abaixo:

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