A iniciativa a decorrer no restaurante Treestory (Rua Luciano Cordeiro, n.º 46) não surge por acaso. Desde a sua abertura, há sete anos, este espaço preparara o khachapuri. Esta é uma receita georgiana que combina massa fresca, manteiga e queijos artesanais, moldadas pelas mãos do chef da casa.

Desta forma, o festival propõe uma viagem à tradição. O menu habitual mantém os clássicos Imeruli, Megruli e Adjaruli, mas ganha novos capítulos com versões inéditas. Um dos destaques é o Adjaruli Titanik (35€), uma versão gigante em forma de barco, pensada para partilhar, com três gemas reluzentes no topo. Há também variações modernas, como o Adjaruli com espinafres e ovo (16€), ou uma ousada versão com trufas (22€).

Para quem procura conforto e partilha, o Triple Cheese King Khachapuri (24€) junta três queijos num formato generoso, ideal para mesas grandes e apetites coletivos.

A experiência é acompanhada por bebidas tradicionais que equilibram o sabor intenso e a untuosidade do khachapuri: limonadas georgianas (a partir de 5€/garrafa) e os vinhos âmbar Qvevri (a partir de 7€/taça), produzidos segundo uma técnica ancestral, onde o vinho fermenta em ânforas de barro enterradas, evocando as origens mais profundas da viticultura do Cáucaso.

O khachapuri é um símbolo nacional da Geórgia. O nome junta as palavras “khacho” (queijo fresco) e “puri” (pão), numa receita que atravessa gerações e representa valores como hospitalidade, partilha e abundância. Em 2019, foi incluído na lista de património cultural imaterial da Geórgia e, tal é a sua relevância, que serviu até de base a um índice económico informal, o Khachapuri Index, usado para medir o custo de vida no país com base no preço dos seus ingredientes.

As diferentes versões do prato refletem a diversidade geográfica da Geórgia: do Imeruli, mais simples e fechado, ao Megruli, com queijo tanto no interior como por cima, passando pelo Penovani, de massa folhada e textura estaladiça. Mas é o Adjaruli que mais fascina: moldado como um barco, recheado com queijo derretido, manteiga e uma gema crua no centro, evocando o sol sobre o mar da região de Adjara.

Comê-lo é um verdadeiro ritual: mistura-se tudo à mão e mergulham-se pedaços da borda no centro. Uma experiência sensorial, simbólica e profundamente reconfortante.