Lília Cabral abriu o coração e falou de alguns aspetos mais particulares da sua vida, nomeadamente a relação com o pai, que já faleceu.

Em entrevista ao jornal brasileiro Folha de S. Paulo, a atriz confessou que sofreu de algumas repressões por parte do progenitor, principalmente quando escolheu a área da representação para fazer carreira.

“Eu era muito reprimida pelo meu pai”, começou por dizer. “Havia um impedimento para eu ser o que queria. Lembro-me de assistir a novelas e ficar o tempo todo a imaginar-me no lugar da Dina Sfat e da Glória Menezes”.

Atualmente com 60 anos, a atriz recorda o momento que se mudou para o Rio de Janeiro, aos 27, para seguir o sonho da representação, o que teve como consequência ter de cortar relações com o pai.

“Quando voltei [para São Paulo] o meu pai disse-me: ‘Queres morar no Rio, queres fazer a tua vida, ser atriz… Então eu não quero que entres mais na minha casa’”, contou.

“E eu nunca mais entrei. Cada vez que queria ver a minha mãe, tinha que combinar em casa da minha tia. E o meu pai, não o via. Depois a minha mãe ficou doente [de cancro] e aí eu voltei. O encontro foi horrível porque o meu pai culpou-me pela doença dela”, revelou a atriz.

Apesar da fase dolorosa, Lília admite que perdoou o pai e que a relação veio a ter algumas melhoras. “Ainda assim, eu jamais o abandonei. Trouxe-o para cá, levava-o a ver peças. Aí ele começou a ter orgulho. A gente entende, perdoa, mas é difícil limpar o coração totalmente”.

“Acho que é normal sentir alguma dor. A nossa vida podia ter sido outra”, rematou.