E se entrasse numa suite de hotel e, de repente, se visse num apartamento com uma enorme sala com um piano de cauda, uma cama com uma cabeceira ornamentada com tecidos requintados, móveis clássicos de inspiração palaciana, uma lareira (ainda que falsa), uma cozinha totalmente equipada e ainda uma biblioteca, além de uma área de refeições e de uma área de lazer, com confortáveis sofás e um televisor de ecrã plano, entre muitos outros pormenores de encher o olho.

Pois é o que encontra quem pernoita no Hotel Elysée, em Nova Iorque, uma das quatro unidades hoteleiras que, juntamente com o Library Hotel, o Hotel Giraffe e o Casablanca Hotel, integram o grupo Library Hotel Collection. Localizado no cruzamento da 60 East com a 54th Street, na Midtown East, uma das zonas mais centrais de Manhattan, este hotel de quatro estrelas funciona num edifício construído na década de 1920, preservando o espírito arquitetónico dessa época, que as renovações recentes não anularam.

Repartidas por 10 andares, o Hotel Elysée conta com 103 habitações. São 87 quartos, três junior suites, 10 suites e três premier suites, todos decorados com móveis clássicos, com apontamentos vintage e de inspiração palaciana, garantindo no entanto o conforto e o requinte que muitos viajantes valorizam quando pernoitam em unidades hoteleiras que se distinguem pelo seu bom gosto e pela sua sofisticação. A preocupação com os detalhes sente-se mal se entra no hotel.

Uma grande estrela em mármore no chão do lobby recebe os visitantes. O papel de parede cor de mostarda, a tapeçaria garrida e a receção em madeira com aplicações douradas, tal como as escadas na proximidade dos elevadores, fazem lembrar pormenores de salas de antigos palácios europeus. Nos quartos, o tipo de móveis escolhidos, tal como os quadros, os tecidos e o piano de cauda de suites como as dedicadas a figuras comoTennessee Williams ou Vaclav Havel, remetem para o mesmo imaginário.

Vaclav Havel foi político, poeta, escritor, dissidente e realizador de cinema. Fica também para a história como o último presidente de Checoslováquia e como o primeiro presidente da República Checa. Nasceu no dia 5 de outubro de 1936, no seio de uma família burguesa em Praga, três anos antes da ocupação alemã. Morreu em Vlcice a 18 de dezembro de 2011.

A sua fotografia e algumas das suas obras ocupam as estantes da espaçosa suite a que dá nome no Hotel Elysée, lado a lado com o piano, com os quadros e com os objetos decorativos de um classicismo exótico que a complementam. Este é o espaço perfeito para, em perfeita tranquilidade, descansar depois de um dia de turismo na agitada cidade.

Algumas das principais atrações de Nova Iorque estão a apenas dois passos, como é o caso do Empire State Building, do Metropolitan Museum of Art com o seu espólio riquíssimo, do Museum of Modern Art (MoMA), do Rockefeller Center, da Catedral de Saint Patrick e das luxuosas lojas do centro comercial Trump Tower, da Quinta Avenida e da boémia Madison Avenue.

No intervalo das visitas turísticas, pode desfrutar do conforto do quarto e das comodidades que o Hotel Elysée oferece aos seus hóspedes, tais como internet de alta velocidade grátis, deck para iPhone e iPod, cofre, auscultadores anti-ruído, produtos de higiene da requintada marca Gilchrist and Soames, robes e chinelos ou a sala com computadores e impressoras no segundo andar.

O preço das habitações, equipadas com camas king size ou queen size, inclui ainda, além de um jornal diário a escolher entre o New York Times, o The Wall Street Journal, o USA Today, o The New York Post e o Financial Times, um pequeno-almoço continental deluxe, composto por um buffet variado e apetitoso. Durante o dia, a qualquer hora, os hóspedes têm acesso a uma sala, a famosa The Club Room, onde podem beber café ou chá e ingerir bolachas ou fruta sem pagar mais por isso.

Entre as 17 e as 20 horas, de segunda-feira a sexta-feira, podem também degustar gratuitamente queijos e vinhos nessa sala de estar, onde também é servido o pequeno-almoço, de uma maneira mais informal do que as tradicionais salas que os hotéis habitualmente reservam para este fim. Se quiser ser servida como uma verdadeira princesa, pode sempre recorrer ao serviço de quarto.

A lista de acecipes servidos na habitação inclui ostras e cocktail de camarão, além do peixe do dia, de uma seleção de queijos e de uma variada lista de sobremesas. O Hotel Elysée, um hotel livre de fumo que não permite que se fume no seu interior, não dispõe de um ginásio próprio mas tem uma parceria com a cadeia de ginásios NY Sports Club, disponibilizando gratuitamente um passe a todos os hóspedes para que possam treinar nos vários clubes desta rede.

O Hotel Elysée deve o nome ao restaurante que inicialmente funcionava no prédio onde mais tarde seria construída esta unidade hoteleira. Um restaurante fino e requintado frequentado por estrelas de cinema, artistas, escritores, aristocratas europeus, celebridades e intelectuais. Figuras abastadas e excêntricas que apreciavam o seu ambiente luxuoso, ainda que bastante íntimo e reservado.

Mas as curiosidades deste hotel de ambiente romântico e sedutor não se ficam por aqui. No rés do chão, funciona, desde os tempos da grande depressão norte-americana, que começou no final de 1929, o Monkey Bar NYC, um local de peregrinação de apreciadores de pausas refrescantes no final do dia que já acolheu personagens de séries como «Sexo e a cidade» e «Mad men». Graydon Carter, editor da revista Vanity Fair, é um dos novos proprietários do espaço.

Os seus quartos são, contudo, a par dos serviços suplementares que presta, um dos principais atrativos deste hotel. Localizados nos pisos mais baixos, com uma área de cerca de 91,4 metros quadros, os street side superior rooms são maiores do que os quartos de hotel da generalidade das unidades hoteleiras de Nova Iorque. Têm geralmente vista para a movimentada 54th Street, sendo também os mais ruidosos.

Os deluxe rooms ocupam a mesma área mas, com as suas casas de banho em mármore e o seu mobiliário antigo, são mais luxuosos. Os virados para as traseiras do hotel são também mais silenciosos. Nos pisos intermédios, as junior suites, todas com uma área de lazer independente e com uma lareira decorativa, são ainda maiores, ocupando uma área de 129,5 metros quadrados.

Ainda maiores, com 182,8 metros quadrados, são as suites. Todas incluem uma sala de estar mas algumas delas contemplam ainda uma kitchenette e uma área de refeições. Nos andares de topo, situam-se a royal suite (com quase 300 metros quadrados, um piano de causa, uma cozinha equipada e uma banheira em mármore), a presidential suite (semelhante à royal suite mas com um terraço com vista para 54th Street) e a parlor suite (também semelhante à royal suite embora ligeiramente mais pequena).

Os street side superior rooms, os mais acessíveis, podem ser reservados a partir de 200 dólares (cerca de 148 euros). Já as suites podem ir até aos 575 dólares (cerca de 426 euros). Muito procuradas são também as salas para conferências e eventos que o hotel disponibiliza. Esta unidade hoteleira dispõe também de programas especiais para aniversários, casamentos e luas de mel.

Os utilizadores do site Best of Citysearch.com elegeram-no mesmo como «o hotel mais romântico de Nova Iorque». O hotel tem ainda uma parceria com o Skin Boutique Spa, localizado no outro lado da rua, com o qual organiza festas de casamento privadas, despedidas de solteiras e fins de semana entre amigas. O tratamento também é digno de uma princesa.

Texto: Luis Batista Gonçalves