Para Tiago Salazar, autor de «A Casa do Mundo» e «Viagens Sentimentais», os melhores guias são... as pessoas!

«Os habitantes locais são quem nos pode dar mais sobre os lugares». Normalmente, este escritor, que se tem destacado na área da literatura de viagens, usa o guia como uma carta de marear, antes da partida. Depois deixa-o em casa.

«Os guias acabam por ser limitativos numa viagem», por isso opta por levar consigo obras dos locais para onde vai. Romances ou ensaios que o ajudam a mergulhar no destino. A sua experiência ensinou-lhe que «um bom guia não deve ser enfadonho e muitos menos um relato telegráfico daquilo que lá está». Leia agora o que pensa sobre cada um dos guias que seleccionámos para si.

AMERICAN EXPRESS

São considerados os guias de viagem mais emblemáticos e tradicionais, tendo uma cobertura quase mundial. Traduzidos para diversas línguas são bastante explicativos, recorrendo muito à imagem para descrever os destinos.

Segundo Tiago Salazar, escritor, «dão muito ênfase à imagem e têm menos massa de texto». Os locais são apresentados de forma sintética, mas com bons recursos a pequenos apontamentos históricos que os tornam mais ricos. Em Portugal, são editados pela Editora Civilização.

LONELY PLANET

Nasceram do trabalho de um casal de viajantes e,
hoje em dia, a gama de livros da Lonely Planet é infinita. São guias de referência para a maioria dos viajantes. Há de quase todas as cidades e países
do mundo.

A panóplia é grande e destina-se tam-béma quem gosta de fazer viagens com maior poupança. Apresenta boas alternativas aos roteiros mais tradicionais e turísticos, bem como excelentes dicas para programas diferentes. «Destaca-se por incluir normalmente dois ou três cadernos com fotografias de alta qualidade», refere Tiago Salazar.

FOOTPRINT

São essencialmente virados para as viagens que envolvem caminhadas. Para o escritor «a pegada símbolo da marca é realmente credível e bem justificada. Levam a questão do pormenor muito a sério e conseguem fazer o melhor trabalho em percursos tracking». Por enquanto, ainda não fazem cobertura de todo o território a nível mundial. São editados pela Editora Footprint.

TIME OUT

Os guias de viagem da Time Out seguem a mesma direcção da revista, sendo bastante completos e rigorosos. Ainda não existem de todo o mundo, mas «são recomendáveis para os viajantes citadinos e urbanos», aponta o escritor.

Existem mais de 50 guias que cobrem principalmente as grandes capitais. Incluem diversas dicas de hotéis e restaurantes, os quais aconselham de acordo com críticas próprias. De destacar os programas para crianças que sugerem.


Veja na página seguinte: Rough guide e Wallpaper City Guides

ROUGH GUIDE

«São guias essencialmente vocacionados para os viajantes mais arriscados, que partem de mochila às costas», descreve Tiago Salazar.

Apresentam roteiros bem organizados a locais menos conhecidos como bairros e vilas, com excelentes resumos.

Oferecem livros de quase todos os destinos mundiais, com algumas hipóteses diferentes, como a «First time in…», ou guias mais sintetizados de alguns destinos. São editados pela Editora Rough Guide.

WALLPAPER CITY GUIDES

Uma das mais recentes apostas dos guias de viagem, estes pequenos livros em formato de bolso, focam o lado mais trendy de uma cidade. «Estão muito ligados ao design e artes gráficas e são procurados principalmente pelos estetas da viagem, ou seja, alguém que gosta de viajar com elegância», diz Tiago Salazar. São bastante rigorosos nos pormenores de restaurantes, bares e hotéis (chegando mesmo a sugerir que quarto reservar). São editados pela Editora Phaidon.

Texto: Mariana Correia de Barros com Tiago Salazar (escritor)
Foto: Artur (com produção de Mónica Maia)