Sob o lema “habitar a rua” a edição deste ano do festival surge com menos dois palcos e mais concertos nas ruas da aldeia do concelho de Tomar, no distrito de Santarém, que durante quatro dias é fechada para se transformar no recinto festivaleiro onde se pretende “uma vivência ainda mais próxima entre artistas e público”, disse o diretor artístico do Bons Sons, Miguel Atalaia.
De entre as propostas que irão acontecer nas ruas, Miguel Atalaia destaca Omiri, um projeto a solo do músico multinstrumentista Vasco Ribeiro Casais, que “fez uma recolha muito etnográfica dos cantares e das lengalengas que se fazem em Cem Soldos – projeta-se na Parede da Igreja e ele dá uma roupagem folk, eletrónica a tudo isso”.
Tratando-se de um festival que “não vai à procura daquilo que está mais na berra, querendo ter uma oferta muito eclética e diversificada”, na 11.ª edição do certame destaque também para um projeto dos 5.ª Punkada, ligado à associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, que colocará “em cima do palco pessoas em cadeiras de rodas, num espetáculo muitíssimo interessante”, acrescentou Miguel Atalaia.
Ao palco Lopes Graça sobem este ano Acácia Maior, Marta Ren, Cassete Pirata, Cabrita, Terra Livre, Sebastião Antunes & Quadrilha e Lena d’Água.
Rui Reininho, Aldina Duarte, André Júlio Turquesa, B Fachada, Siricaia, Rita Vian e André Henriques vão apresentar-se no palco Zeca Afonso e, no palco Variações, as propostas são Motherflutters, GROGNation, David Bruno, Pluto, Criatura & O Coro dos Anjos, 5.ª Punkada e Bateu Matou.
O palco Giacometti — Inatel recebe Cancro, Niki Moss, Bia Maria, Sunflowers, A Garota Não, Fado Bicha, Maria Reis e a banda vencedora do Festival Termómetro, Tyroliro.
José Pinhal Post-Mortem Experience, DJ A Boy Named Sue, Neon Soho, António Bandeiras e DJ Kitten animam o palco Aguardela, onde no domingo decorrerá a festa de encerramento, com Riva e convidados.
No palco Carlos Paredes, o cartaz conta com Manel Ferreira, Violeta Azevedo, Fernando Mota, FOLE, enquanto a MPAGP leva às ruas Peixinhos da Horta, Toy e Emanuel, João Francisco e Mazela.
Aos concertos somam-se as habituais parecerias com a associação Materiais Diversos e as Curtas em Flagrante, responsáveis por parte das atividades paralelas, que este ano se alargam, no caso da mostra de curtas-metragens, a sessões para crianças.
Entre as novidades destaque para a parceria com a “30 por uma Linha” que promoverá “percursos interpretativos pela diversidade, que percorrem a aldeia e a massa florestal em redor”, explicou Miguel Atalaia, lembrando que o festival retoma também projetos inaugurados em 2019, como o “percurso sonoro feito por Ana Bento, mas desta vez através de áudio walks, em que as pessoas poderão fazer todo o percurso com auscultadores, num momento muito imersivo com aquilo que é a história da aldeia, das alcunhas, às histórias e às pessoas”.
O evento volta a intensificar a ideia das caixas “Vem ver a aldeia”, que permitem ao público “espreitar para dentro da caixa e ver como é Cem Soldos fora dos Bons Sons”. Abre ainda novas oportunidades a 25 crianças que, numa parceria com a Rádios Miúdos, vão ter formação e realizar programas de rádio, acrescentou o diretor artístico do festival organizado pelo Sport Clube Operário de Cem Soldos (SCOCS), e que deverá ser visitado por 35 mil pessoas.
“É o número que consideramos confortável para lotação máxima” rematou, lembrando que, a partir de hoje, começam a chegar festivaleiros ao parque de campismo, recebidos esta noite por uma festa de receção que marca o arranque do festival, em cuja organização participa toda a população de Cem Soldos.
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