O festival é promovido pela Associação Cultural Periferias (Portugal) e Gato Pardo (Espanha) e volta a apostar na itinerância “por alguns dos lugares mais emblemáticos” daquelas regiões de Portugal e Espanha.
Com uma programação “composta predominantemente por cinema de autor e documentário”, o certame vai na 10.ª edição e inclui este ano a exibição de cerca de 30 filmes, destacou a organização.
A abertura do festival acontece, na sexta-feira, no Castelo de Marvão, no distrito de Portalegre, com a apresentação da obras “A Cordilheira dos Sonhos”, do realizador chileno Patrício Guzmán, enquanto a música vai estar a cargo do grupo Os Sabugueiros.
No sábado, o programa contempla uma visita ao Museu da Tapeçaria de Portalegre — Guy Fino, seguida da exibição do filme “Vieirarpad”, de João Mário Grilo, no auditório daquele espaço, que retrata a história do casal de pintores Vieira da Silva e Arpad Szenes.
Ainda nesse dia, na antiga estação de comboios de Beirã (Marvão), uma nova sessão ao ar livre “junta cinema e música com sotaque brasileiro”, com a exibição de “Paraíso”, de Sérgio Tréfaut, e um concerto com a cantora, compositora e violinista Camila Costa.
No domingo, há sessão dupla, com o documentário “Um Corpo Que Dança”, de Mário Martins, que traça o percurso do Ballet Gulbenkian (1965-2005), no Cineteatro de Castelo de Vide, e a exibição de “Alcarràs”, de Carla Simon, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim deste ano, na Plaza de la Constitución em Valencia de Alcántara, na Estremadura espanhola.
O certame, que “vem promovendo temas ligados ao mundo rural”, mas também se tem dedicado a questões “na esfera dos direitos humanos, meio ambiente, arte e cultura”, volta-se este ano igualmente para o conflito na Ucrânia.
O filme “Donbass”, de Sergei Loznitsa, vai ser exibido no Cineteatro de Castelo de Vide (no dia 15), atuando depois a jovem vocalista de jazz e compositora ucraniana Kateryna Avdysh, no Baluarte da Memória, naquela vila, com ambas as atividades a reverterem a favor dos Médicos Sem Fronteiras.
Na mesma noite, mas em Mata de Alcántara (Espanha), será exibido o filme “Cien Días com la Tata”, de Miguel Ángel Muñoz, que retrata os mais de 100 dias que o realizador viveu com a sua tia-bisavó de 95 anos, na pandemia de COVID-19, transformando-a numa celebridade do Instagram.
Nos dias seguintes, cinema e música vão continuar a cruzar-se, segundo a organização do festival.
“Não Apaguem os Nossos Rastos! Dominique Grange, Uma Cantora de Protesto”, de Pedro Fidalgo, “Silêncio – Vozes de Lisboa”, de Judit Kalmar e Celine Carlisle, “A Metamorfose dos Pássaros”, de Catarina Vasconcelos, “Ar Condicionado”, de Fradique, “Cinco Lobitos”, de Alauda Ruiz de Azúa, ou “Memórias do Contrabando”, de Rafaê, filmado na região de Marvão, são alguns dos filmes também em exibição, entre outros.
No dia 18, no Centro Cultural de Marvão, vai também ser apresentado o livro “José Afonso – Todas as Canções”, com o cantor Francisco Fanhais, presidente da Associação José Afonso, que vai interpretar alguns dos temas.
No encerramento, no dia 20, são exibidos dois filmes – “Nuno Teotónio Pereira — Um Homem na Cidade”, de Joana Cunha Ferreira, em Marvão, e “O Leopardo da Neve”, de Vincent Munier e Marie Amiguet, com banda sonora composta e interpretada por Nick Cave e Warren Ellis, em Malpartida de Cáceres — e é entregue o prémio Tejo/Tajo Internacional ao melhor filme ibérico do certame.
O Periferias é apoiado pelas câmaras de Marvão, Castelo de Vide, Arronches, Campo Maior e Portalegre, Ayuntamiento de Valencia de Alcántara, Junta de Extremadura ou Direcção Regional de Cultura do Alentejo, entre outros organismos regionais e nacionais dos dois países.
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