Design e remodelação de interiores são expressões cada vez mais usadas e desejadas...
E se até há bem pouco tempo eram um exclusivo de quem podia contratar ateliers de elite, a verdade é que, recentemente, o acesso a tal luxo democratizou-se.

Nas ruas, sempre mais lojas e armazéns tentam-nos com objectos giros a preços baixos. E em casa, na televisão, são cada vez mais os programas sobre remodelações de espaços e reciclagem de objectos antigos... E ficamos sempre mais atentos se as casas em que vivemos são pequenas, pois queremos aproveitá-las melhor e torná-las mais bonitas com as ideias novas que todos os dias chegam até nós.

Um fenómeno recente, um boom crescente

Segundo a designer de interiores Sónia Silva, "o recurso ao design e remodelação de interiores, além de ser um serviço mais personalizado, é sempre ma alternativa a trocar de casa sem adquirir uma nova.
Normalmente numa casa dá-se uma grande importância a nível estético e só depois se pensa no conforto e na funcionalidade do espaço. Hoje, a experiência diz-nos que a ordem destes factores deve ser invertida. Conforto e funcionalidade – sempre interligados – em primeiro lugar e depois os aspectos estéticos".

De acordo com a empresa Prime&Decor, existem também factores da nossa conjuntura actual que estimulam este crescimento: o regresso das famílias aos grandes centros urbanos reutilizando habitações muito antigas; a crescente subida das taxas de juro do crédito à habitação (inviabilizando a aquisição de habitações novas próximas dos centros urbanos), a crescente degradação da qualidade de vida na periferia das grandes cidades ou a simplificação dos processos burocráticos para a realização de obras de preservação e remodelação de interiores.

Um conceito multidisciplinar

Outro dos conceitos inerentes ao design e remodelação de interiores que parece atrair cada vez mais gente, é o facto de os serviços prestados serem completos. Ou seja, "o cliente pode esperar uma panóplia de serviços que vão desde o pedreiro, electricista, canalizador, ao carpinteiro, destacando-se a qualificação dos técnicos envolvidos nas mais diversas áreas a nível de interiores", explica Sónia Silva. Poupa-se tempo, disponibilidade e muitas horas de trabalho, também.

Um luxo só para alguns?

A ideia de que o design e a remodelação de interiores era um luxo só para alguns está cada vez mais ultrapassada. Já lá vai o tempo em que o mercado era composto apenas por alguns gabinetes de arquitectura/decoração de gama alta, não acessíveis à maioria das bolsas.

Na sua experiência profissional, Sónia Silva tem inúmeros de exemplos de como, hoje em dia, é possível fazer boas alterações /remodelações com um "budget mais atractivo". E sublinha: "consegue-se resultados impressionantes tendo por base uma boa reciclagem do existente e o recurso a alguns tipos de acabamentos de materiais".

Dono da casa e designer formam equipa

O gosto pessoal e as necessidades do dono da casa são sempre prioridades.
Contudo, há regras e sobretudo exigências profissionais a cumprir. Podemos gostar mais disto ou daquilo mas o resultado muitas das vezes não se enquadra com o todo. Exige-se que o resultado seja profissional, do ponto de vista estético e da sua usabilidade

Para Sónia Silva o que opõe o amador/free lancer ao profissional em design e remodelação de interiores é exactamente a capacidade de "redefinir um espaço interno dando uma nova identidade, um valor significativo e até mesmo um novo uso, através de uma linguagem e organização, a pensar na vivência desse mesmo sítio e no que lhe vai ser conferido".

A tudo isto "associa-se a ideia de planear, projectar e conceber numa composição espacial e visual, alicerçada numa componente técnica e criativa, explica a designer.

Assim, embora caiba ao designer de interiores actuar na ocupação de espaços cuja arquitectura já está predefinida, a interacção é importante e os gostos e necessidades do dono da casa também.

Como avança Sónia Silva, "é sempre feito um programa base das necessidade e gostos da pessoa, realizando-se uma ou várias propostas da disposição do espaço, de materiais a utilizar e de aconselhamento para por tudo em prática e a funcionar. Estando aceite e definida a proposta, passa-se à fase de projecto de execução e controlo de obra, tentando sempre que o dono da casa, acompanhe os principais momentos da evolução dos trabalhos".

Agradecimentos:
Sónia Silva (Arquitectura e Design)
Prime&Decor (Remodelações, Design de Interiores & Recuperação de Imóveis)