Calathea, maranta ou ainda rezadeira. Estes são três dos nomes dados a esta planta de interior que gosta de divisões luminosas mas também ainda há quem lhe chame planta-oração, designação que vem da expressão anglo-saxónica prayer plant. "São plantas lindas a que ninguém fica indiferente. São também das minhas preferidas. Nunca me canso de olhar para elas", reconhece Teresa Chambel, arquiteta paisagista, blogger, autora de livros de jardinagem e diretora da revista Jardins.

"Tudo me fascina nestas plantas. A forma, as cores das folhas e a textura mas, acima de tudo, o movimento. Tenho a sorte de ter estudado no Instituto Superior de Agronomia, onde tirei o curso de arquitetura paisagista e onde tive excelentes professores. Quando estava a preparar o vídeo que pode ver de seguida, falei com a minha querida professora de botânica da faculdade, a doutora Lisete Caixinhas, que tem muitos livros publicados", prossegue, no seu relato, Teresa Chambel.

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"Foi ela que me explicou um fenómeno que se passa com algumas espécies da família das Maranthaceas. Algumas apresentam movimentos nictinásticos, vocábulo que vem da palavra grega nyctos, que significa noite, uma resposta de partes da planta, nomeadamente das folhas, que são reguladas pelo ciclo diário da luz, que são controladas pelo pulvino, o espessamento do pecíolo ou da bainha alada, precisamente abaixo do limbo. Durante o dia, as folhas estão quase em posição horizontal mas, ao cair da noite, enrolam-se sobre a página superior em direção ao centro da planta", esclarece ainda a arquiteta paisagista e blogger.

Das muitas espécies, variedades e cultivares que existem destas plantas, Teresa Chambel elegeu três, a Calathea zebrina, a Calathea Maui Queen e a Goeppertia orbifolia. "É uma das favoritas do momento mas que deixou de ser Calathea orbifolia e passou a chamar-se Goeppertia orbifolia, porque um investigador achou que ela devia mudar do género Calathea para o género Goeppertia. Isto acontece muitas vezes, até porque hoje em dia já se consegue estudar o ADN das plantas", explica.

Estas plantas gostam de um substrato bem drenado mas com alguma matéria orgânica, assim como de uma boa drenagem feita com argila expandida e geotêxtil. "Prefere zonas com muita luz mas sem sol direto e as regas devem ser regulares, sem encharcar as raízes", adverte Teresa Chambel. "Não aguenta a secura. Primeiro, enrola as folhas e, depois, as pontas secam", avisa. "É sensível a águas muito mineralizadas", esclarece ainda a autora do livro "Um jardim dentro de casa".

"Eu rego-as com água da torneira normal e dão-se bem", confidencia. "Mas, em zonas com águas mais férreas ou calcárias, pode filtrar a água, se conseguir recolher a água da chuva ou se usar água destilada", informa ainda. "Esta planta é muito sensível à fertilização em excesso. Mais vale a menos do que a mais. Uma boa solução são os fertilizantes orgânicos, que deve usar uma vez por mês na primavera e no verão", recomenda a diretora da revista Jardins.

A flor desta planta é pequena e discreta, ao contrário da folhagem exuberante. "A maranta gosta de humidade. Se estiver rodeada de outras plantas, isso ajuda muito. Pode colocar algumas taças com água nos dias de maior calor ou pulverizá-la. Deve também limpar as folhas da rezadeira com um pano húmido, assim como não se deve esquecer de rodar os vasos, remover as folhas secas e ter atenção às pragas, que deve combater de imediato", aconselha ainda Teresa Chambel.