O presidente Evo Morales Ayma colocou segunda-feira passada, no VII Período do Fórum Indígena da Organização das Nações Unidas (ONU), dez mandamentos para salvar o mundo, a vida e a humanidade.

Os dez mandamentos estão referidos ao respeito pela terra, renúncia à guerra, relações bilaterais sem imposição, água e terra como direitos humanos, energia limpa, não aos biocombustíveis, serviços básicos, priorizar o que se produz, promover a diversidade da cultura e viver bem através de um socialismo comunitário, em harmonia e com a Mãe Terra.

Morales Ayma afirmou que ante o tema da salvação da humanidade, da vida e do planeta terra há somente dois caminhos: optar pela recuperação da forma de vida, a harmonia com a mãe terra e a vida, ou seguir o caminho do capitalismo e a morte.

"Os povos indígenas não vamos calar até alcançar uma verdadeira mudança", assegurou o Presidente boliviano, quem disse que a proposta surge porque o movimento indígena-camponês do hemisfério tem ética para falar do meio ambiente, porque se constitui na reserva moral da humanidade.

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Nesse marco, Morales assinalou que se o que se quer salvar é o planeta Terra, a vida e a humanidade, a primeira obrigação é acabar com o sistema capitalista, principal responsável de atentar contra o meio ambiente.

"Os grandes efeitos das mudanças climáticas não são produto dos seres humanos em geral, mas do sistema capitalista vigente, inumano, com desenvolvimento industrial ilimitado, por isso sinto que é importante acabar com a exploração aos seres humanos e acabar com o saque dos recursos naturais", manifestou o Chefe de Estado.

Nesse marco, Morales colocou como primeiro mandamento, acabar com o sistema capitalista, se isso não for feito será impossível pensar que haverá igualdade e justiça neste planeta Terra.

"Se quer salvar o planeta, é preciso terminar e erradicar o modelo capitalista e conseguir que o norte pague a dívida ecológica ao invés de que os países do sul e de todo o mundo paguem a dívida externa".

Segundo: Renunciar à guerra, porque nas guerras não ganham os povos, só ganham os impérios, nas guerras não ganham as nações mas as transnacionais. As guerras beneficiam a pequenas famílias e não aos povos.

Terceiro: Um mundo sem imperialismo nem colonialismo. São importantes as relações bilaterais e multilaterais porque somos da cultura do diálogo e da convivência social, mas essas relações não devem ser de submissão de um país a outro.

Quarto: A água como um direito humano e de todos os seres viventes deste planeta. Alguém dizia que sem luz pode viver, mas não sem água, portanto a água é a vida, por isso não é possível que haja políticas que permitam privatizar só a água.

Nesse marco o Presidente da República da Bolívia propôs uma convenção internacional da água para proteger as fontes desse recurso hídrico para que se garanta como um direito humano e assim evitar sua privatização.

Quinto: Desenvolvimento de energia limpa e amigável com a natureza, acabar com o esbanjamento de energia. Em 100 anos estamos acabando com a energia fóssil que foi criada em milhões de anos.

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"Evitar que se promovam os biocombustíveis, não é possível entender que alguns presidentes e modelos de desenvolvimento econômico possam reservar terras para fazer funcionar automóveis de luxo e não para alimentos do ser humano".

Sexto: Respeito à mãe Terra. Nenhum experto ou especialista pode debater com os dirigentes indígenas sobre o respeito à mãe Terra.Deve-se ver como influir desde o movimento indígena a outros setores sociais, urbanos e rurais para que entendam que a terra é nossa mãe.

Sétimo: Os serviços básicos, como a água, luz, educação, saúde, comunicação e transportes devem ser levados em conta como um direito humano, não pode ser um negócio privado, mas um serviço público.

Oitavo: Consumir o necessário, priorizar o que produzimos e consumir o produzido localmente, acabar com o consumismo, o esbanjamento e o luxo. Não é entendível que algumas famílias só busquem o luxo, enquanto que milhões e milhões não tem possibilidades de viver bem.

Nono: Promover a diversidade de culturas e economias. Somos muito diversos e mesmo que o movimento indígena sempre foi excluído, ele está apostando à unidade na diversidade. Um Estado multinacional, onde todos estão ao interior desse Estado: brancos, morenos, pretos, loiros.

Décimo: Não é nenhuma novidade o viver bem, só trata-se de recuperar a vivência de nossos antepassados, viver bem, que não é viver melhor às custas do outro. Devemos construir um socialismo comunitário e em harmonia com a mãe Terra.

Fonte:www.jornalmilenio.com

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