Assim é a doce energia com que este novo ciclo começa, pé ante pé, de pantufas fofinhas e quentinhas, a preparar-nos para a grande mudança de energia com a chegada da primavera. Mas por agora, vivamos este devagar. Um doce devagar para tudo refletir com calma, para tudo observar com olhos de verdade e amor em serenidade.

Ao sabor de um quente café fumegante ou sob o aroma de um chá encantador, ao mexer o tacho da comida ao ritmo dos pensamentos ou passar das memórias.

Ao olhar a chuva e vento lá fora que tudo desarruma e limpa ao mesmo tempo que nos aconchegamos na manta quentinha e cheirosa.

Ao conduzir pela estrada fora ao som daquela música que já não ouvíamos há algum tempo e que tanto mexe connosco, ao ver um filme ou documentário que nos toca em tantas das nossas áreas de vida em diferentes perspetivas.

Ao responder ao colega de trabalho com um sorriso nos lábios quando nos provoca de velhas maneiras que afinal já não nos provoca.

Ao ver e ouvir o mar e as suas infinitas memórias e histórias.

Ao contemplar o brilho das noites mais escuras.

Ao inspirar as cores quentes de cada por do sol.

Enfim... as possibilidades são muitas, infinitas.

Devagar...

Viver devagar implica naturalmente uma presença plena no nosso momento presente, com todos os nossos sentidos presentes em cada momento.

Amplia, expande, interliga ao que é amplo e expansivo.

Assim é. Assim estamos todos a ser bafejados e inspirados a viver.

Interligando-nos de forma plena ao que é infinito, abundante, a criação.

Assim ditam os Céus na Terra.

Nádia NadZka

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