Em Novembro de 2008, Plutão entrou definitivamente no signo de Capricórnio e aí transitará até 2024.

Plutão, o mais lento dos Planetas e o único que leva um quarto de milénio para percorrer todo o Zodíaco, marca o ritmo inexorável da transformação colectiva da consciência da Humanidade e, desta forma, a inevitabilidade das crises pessoais e colectivas que pautam toda a evolução.

Os últimos anos assistiram à passagem de Plutão por Sagitário e denunciaram os temas ligados com Sagitário: guerras religiosas, internacionalização e mundialização da consciência, os problemas na Educação, a crise de valores espirituais e humanistas que nos tem obrigado, a todos, a revermos os nossos valores e a irmos em busca de novos valores e referências espirituais, existenciais, ideológicas, humanas.

Finalmente, à medida que Plutão passa agora de Sagitário para Capricórnio, é altura de começar a dar forma (Capricórnio) àquilo em que acreditamos (Sagitário), ou seja, à Verdade da nossa Alma. Isto implica que todos temos de rever as estruturas (Capricórnio) nas nossas vidas pessoais. Isto implica também termos um vislumbre de quem queremos ser, de em quem nos queremos tornar, do Caminho a seguir (Sagitário).

A passagem concomitante de Saturno por Virgem, até Outubro de 2009, convida-nos a responder a estas questões:
“quais são os conhecimentos, as técnicas, as ferramentas, as actividades, as rotinas diárias, a higiene, o exercício, o cuidado da psique através da soma, ou do corpo, o que é que tu precisas de reunir e construir como técnica, ferramenta, conhecimento, disciplina, organização da vida prática, de modo a poderes começar a lançar as pedras basilares da nova estrutura que queres criar de ti próprio, em ti próprio, na tua vida?”

Veja na próxima página: "Como evoluir"

Para “evoluir”, agora temos de ser saturninos: definir objectivos, organizar a vida prática, fazer contas, gerir o tempo, fazer exercício, alimentarmo-nos adequadamente, sermos fiéis à nossa busca e responsáveis por tudo o que criamos por nós próprios - no processo de criar a realidade que queremos traduza a verdade interna da Alma.

Com Plutão em Capricórnio, é através da matéria e das formas concretas que podemos actualizar a Verdade do Espírito. Como é que a vida prática pode expressar o impulso da minha Alma? De que maneira é que a minha vida já expressa aquilo em que eu acredito? Onde é que a minha vida, a que eu chamo a minha vida “prática” ou a minha “realidade”, onde é que esta minha realidade pessoal ainda não expressa a Verdade da minha Alma? Qual é o emprego, o trabalho, a profissão, que me servem? Estou a trabalhar para pagar contas ou para me cumprir como Alma? Quais são as actividades práticas, quotidianas, que expressam quem eu realmente sou?

À medida que afinamos a nossa relação com a Verdade, aumenta a nossa responsabilidade em viver à altura daquilo que se estuda, que se aprende, em que se acredita, que nos faz sentido. Porque senão, acreditar numa coisa e ter uma estrutura de vida diferente, que não é o seu espelho, que não é o seu reflexo, que não é a sua manifestação, é uma perversão. A mesma perversão dos católicos que se vão confessar ao domingo de manhã para poderem pecar a semana inteira. Ética e poder espiritual é viver à altura daquilo em que se acredita. E viver à altura daquilo em que se acredita, com estas energias em Capricórnio, não é viver na nossa cabeça à altura daquilo em que se acredita. É permitir que haja uma certa reorganização atómica nas estruturas cristalizadas da nossa vida. Nada disto é uma espécie de ameaça cósmica, porque acima de tudo vivemos num Sistema Solar de 2º Raio, e o 2º Raio é Amor/Consciência.

E isto significa que não é “evolui senão lixas-te”, é “podes escolher evoluir, podes escolher não evoluir, sempre terei amor para aceitar as tuas escolhas, e sempre terei a generosidade para te devolver às consequências impessoais das tuas escolhas pessoais. Eu não interfiro, apenas te devolvo o que fores capaz de fazer para, e por, ti próprio”.

Então a passagem de Plutão de Capricórnio é o convite a assumirmos a responsabilidade, e assim reclamarmos o poder, de criarmos para nós próprios a vida que queremos e precisamos para expressar a Verdade da nossa Alma, sem as habituais cantigas egóicas da lamentação, da justificação e da auto-justificação. “Não faço porque”, “não posso porque”, “sim, mas…” E que prenda mais valiosa podemos oferecer a nós próprios, neste Natal e em todos os outros, do que agarrar as rédeas criativas da nossa própria existência e homenagear com o ouro da consciência, o incenso da inspiração e com coragem que não mirra o nascimento do nosso próprio Cristo Interno, que tem estado em gestação no ventre da personalidade-Maria?

Nuno Michaels é conselheiro astrológico, Life-Coach e professor de Astrologia Psicológica no QUIRON – Centro Português de Astrologia.
Mantém uma página pessoal em www.nunomichaels.com

Coordenação de Conteúdos:
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