Não estou a falar das mais espectaculares, nem das de maior estilo, ou aventura, ou custo. Não me refiro às viagens mais longas nem sequer às que melhor guardamos na memória...
As maiores viagens fazem-se sempre por dentro e para dentro. De nós, claro. Podemos ir ao cabo do Mundo, ver coisas de assombro e gastar astronómicas quantias. Podemos à vila mais próxima e não ver nada de novo, gastando muito pouco. E pouco importa. As grandes e mais marcantes viagens são sempre feitas cá dentro.
- A tua viagem de volta Mundo, sabes, eu fi-la em Paris...-
- Ah oui? -
- Sim. Em Janeiro de 2011, quando aqui estive sozinha: foi o meu ponto de viragem; o renascer das cinzas; a compreensão acabada do sentido da minha vida e início do derradeiro regresso a mim... Tal como te começou a acontecer a ti, algures entre Kiev e Vladivostok. Dessa viagem nasceu o livro "ZOIA" e renasci eu, reinventada por mim.
- Que sorte! Conseguiste fazê-lo tão perto?-
- A verdade é que poderia tê-lo feito no sofá da minha sala... As grandes viagens são sempre ao centro do Mundo, do nosso mundo interior. E eu tenho sorte. Todos os dias viajo e me reinvento...Sou escritora.
Ana Amorim Dias
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