A Associação de defesa dos consumidores alertou hoje para a existência de electrodomésticos baratos no mercado sem controlo rigoroso, como é o caso de seis equipamentos encontrados pela revista Proteste susceptíveis de pôr em risco a integridade física do consumidor.
Em comunicado, a DECO afirma que "muitos electrodomésticos baratos aparecem e desaparecem do mercado sem um controlo rigoroso", obedecendo "a uma lógica de renovação contínua: aparecem, esgotam e nem sempre regressam, podendo surgir em seguida novas marcas e modelos".
Na sua edição de Setembro, a revista da DECO publica um teste a 25 pequenos electrodomésticos com preços entre os 07 e os 15 euros e identificou "seis electrodomésticos perigosos": um ferro de engomar, uma sanduicheira, duas torradeiras e dois secadores de cabelo.
O ferro de engomar Becken YPF 2001, vendido nas lojas Worten, foi eliminado devido a um mau isolamento contra a humidade, o que permite a acumulação de água em partes activas, podendo provocar um curto-circuito.
A sanduicheira Electronia FS-8008, da Rádio Popular, e os secadores de cabelo Electric Co RCY-25, do Feira Nova, e Elta HT-160, do Jumbo, chumbaram na resistência mecânica, já que em caso de queda ou impacto, partem-se facilmente e deixam partes activas acessíveis.
Quanto às sanduicheiras Jocel TO-102ª, do Carrefour, e Worten Perfectoast II, da Worten, apesar de cumprirem a lei, foram consideradas perigosas pela Proteste, pois atingem no topo temperaturas superiores a 100ºC, podendo originar queimaduras.
"Qualquer produto, independentemente do preço mais reduzido ou da menor notoriedade da marca, tem de dar garantias a quem o utiliza", afirma a DECO, sustentando assim a necessidade de uma "fiscalização apertada" a estes aparelhos.
Na sequência da detecção destes seis electrodomésticos, a associação dos consumidores informou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e a Comissão de Segurança de Serviços e Bens de Consumo da Direcção-Geral do Consumidor, as entidades com competência para retirar produtos do mercado.
A DECO reclamou ainda da ASAE e da Direcção-Geral do Consumidor rapidez na retirada de aparelhos perigosos do mercado, pois considera que "não há tempo a perder" quando se trata de proteger a integridade física dos consumidores.
Todos os electrodomésticos testados, incluindo os perigosos, ostentam a marca CE, sem a qual não podem ser vendidos no mercado comunitário, esclarece a DECO, considerando no entanto essa referência inútil e enganadora, na medida em que transmite uma falsa sensação de segurança.
Fonte: Lusa | 20 de Agosto de 2007
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