Em comunicado, a Quercus adianta que o alerta consta de uma campanha organizada pela aliança Coolproducts, da qual a associação é membro.
A campanha visa alertar os consumidores para o elevado desperdício de energia dos aparelhos de ar condicionado portáteis e exigir aos decisores políticos requisitos mais exigentes para a indústria e informação mais acessível aos consumidores, com vista a escolhas mais amigas da carteira e do ambiente.
De acordo com a Quercus, as unidades de ar condicionado portáteis na Europa têm impacte ambiental equivalente a 200 mil voos Bruxelas-Nova Iorque.
Por isso, a Quercus, enquanto responsável pelos projetos europeus Topten e HACKS, participa na campanha organizada pela aliança Coolproducts e subscreve o apelo para que a Comissão Europeia (CE) crie uma etiqueta energética única para todos os aparelhos de ar condicionado.
Pede também que a CE promova ativamente o uso de fluidos refrigerantes com baixo impacte climático e introduza requisitos técnicos que permitam a maior duração dos aparelhos e, que as peças de substituição sejam obrigatoriamente disponibilizadas por um período mínimo de 12 anos.
“Apenas com base numa sintonia entre os decisores políticos e os cidadãos será possível garantir o uso das melhores tecnologias disponíveis para refrescar as casas, durante verões cada vez mais quentes”, é referido na nota.
A associação destaca também que “numa altura em que as temperaturas ultrapassam os 40 graus Celsius em muitos locais e a necessidade de arrefecer as habitações aumenta, muitos portugueses são induzidos a fazer compras impulsivas de aparelhos de climatização para arrefecer as suas casas”.
De acordo com dados indicados pela Quercus, até 2050, prevê-se que 2/3 do setor residencial, a nível mundial, tenha um aparelho de ar condicionado.
“Na União Europeia (UE), espera-se que o consumo de eletricidade pela utilização destes aparelhos aumente de 40 TWh para 62 TWh, em 2030, o equivalente a cinco vezes o consumo de eletricidade no setor doméstico, em Portugal”, alerta a associação.
No que diz respeito aos aparelhos portáteis, a Quercus diz que só na União Europeia foram vendidas mais de meio milhão de unidades, em 2015, o que representa 14,2% do total de vendas de aparelhos de ar condicionado.
Em Portugal, mais de 6,5% das vendas de novos aparelhos corresponderam a unidades portáteis.
No entendimento da Quercus, este crescimento excessivo traduz-se "numa séria ameaça devido ao aumento das emissões de gases com efeito de estufa associadas, as quais, por seu turno contribuirão, ainda mais, para a subida da temperatura no planeta".
“Os aparelhos portáteis constituem o sistema menos eficiente do mercado. No entanto, são cada vez mais populares. De facto, um modelo portátil, com a classe A+, consome 2,4 vezes mais eletricidade do que um modelo de parede, da mesma classe”, refere a associação.
Para a Quercus, o consumidor é induzido em erro, dado que as etiquetas energéticas destes modelos não são comparáveis entre si e por isso, defendem que a solução é haver uma etiqueta única para os vários sistemas.
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