Katelyn Ohashi, de 21 anos, nascida nos EUA, recebeu a nota 10 numa apresentação no campeonato de ginástica universitária. A atleta da UCLA, uma das melhores universidades de ginástica do Estados Unidos, conquistou o júri, audiência e as pessoas que assistiram posteriormente nas redes sociais com uma performance descontraída, tecnicamente infalível e muita, mas mesmo muita, boa energia.

“O que demonstrei foi alegria. Ter gosto naquilo que se faz todos os dias é algo que trago sempre perto do coração porque sei bem o que é não ter isso. Acho que essa é a maior das mensagens que posso enviar. Uma pessoa pode conseguir fazer a diferença”, disse Katelyn Ohashi, em declarações à NBC após obter a pontuação máxima. Foi assim que esta ginasta se apresentou ao mundo porque a dança dela tornou-se viral.

“Houve um tempo em que eu estava no topo do mundo. Era uma esperança olímpica. Era invencível. Até deixar de o ser. Fiquei destroçada”, lembrando que lutou contra expetativas, lesões e orgulho próprio.

Ohashi começou a frequentar os ginásio com apenas três anos de idade, aos nove, em Missouri, entrou no Great American Gymnastics Experience de Al Fong e aos 12 viajou até ao Texas para fazer parte da World Olympic Gymnastics Academy liderada por Valeri Liukin, pai e treinador da medalha olímpica Nastia Liukin (Pequim, 2008).

Talvez pelo ambiente que a rodeavam, o objetivo de conquista de medalhas olímpicas tornou-se uma obsessão. Depois de ter falhado os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, por ainda não ter idade para integrar a comitiva norte-americana, Katelyn focou-se nos nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro

Durante esse período, a ginasta batalhou ferozmente e conquistou vários prémios até que, em 2015, uma lesão nas costas deitou tudo a perder, obrigando-a a uma cirurgia e uma paragem inesperada.

“Nunca ninguém soube o que estava a passar e também nunca podia dizer ou publicitar o que estava mal em mim. Estava feliz por estar lesionada, disseram-me que era uma vergonha como tinha ficado tão grande. Fui comparada com um pássaro que não conseguia voar. Isto eram coisas que ouvia ainda antes de me lesionar, quando era magra, e pensava o que diriam depois de ter ficado maior. Não me conseguia aceitar. A ginástica era o meu mundo, a minha vida”, contou numa reportagem feita em agosto para o The Players’ Tribune, aqui reproduzida pelo Observador.

Ainda em recuperação, Ohashi decidiu abandonar a competição de elite e juntou-se à equipa da Universidade da Califórnia, as UCLA Bruins.

Agora, em 2019, e ao som de Michael Jackson e Tina Turner, Katelyn Ohashi renasceu, com a força das redes sociais. Aos 21 anos mostrou, não só a si, mas ao mundo, aquilo que melhor sabe e o que gosta de fazer: dançar com alegria.

“Acho que nunca vi alguém divertir-se tanto enquanto compete”, destacava o The Washington Post.