1. Qual o seu maior conselho para quem procura evitar excessos nesta data?

Definir um orçamento. Estabelecer um limite para a quantia que se pode gastar antecipadamente é talvez o passo mais simples e indicado para quem procura evitar despesas desnecessárias e possíveis tentações que surjam no momento de compra. Adicionalmente, dividir ainda o valor por categorias e ter essas informações presentes aquando da aquisição dos produtos poderão também ser boas táticas a implementar uma vez que ajudam a manter e cumprir os objetivos estabelecidos.

2. Quais são algumas estratégias que as pessoas podem pôr em prática para não arruinarem as poupanças em épocas como esta?

São várias as estratégias que as pessoas podem procurar implementar para facilitar a gestão do seu orçamento numa data como a Black Friday. Criar previamente uma lista com os bens em que se considera ser indispensável tirar partido dos descontos disponíveis, por exemplo, permite, no momento chave, seguir um plano definido antecipadamente, baseado numa avaliação sóbria e consciente das necessidades existentes. Do mesmo modo, fazer comparações entre os preços dos produtos comercializados pelas diferentes lojas poderá também ser uma estratégia vantajosa, já que permite encontrar o melhor negócio para o produto desejado, eliminado assim gastos extra e desnecessários.

A poucos dias da tão esperada Black Friday, falámos com Kintxo Cortés, Country Manager em Portugal da Trade Republic, a maior plataforma de poupança da Europa.
Kintxo Cortés, Country Manager em Portugal da Trade Republic

3. Sente que o consumidor português tem dificuldade em planear para estes momentos, acumulando dinheiro ao longo do tempo para a ocasião?

Efetivamente, a poupança calculada ao longo do tempo é um hábito que os portugueses ainda se encontram a desenvolver. Contudo, a pandemia e as difíceis condições que hoje se enfrentam têm contribuído para a alteração de comportamentos do povo português, que começa já a apresentar uma maior preocupação com a poupança. Sobretudo as gerações mais novas começam a ter cada vez mais cuidado em desenvolver a sua literacia financeira, apresentando uma perspetiva virada para o futuro e o seu bem-estar pessoal. Assim, acredito que nos anos vindouros veremos um boom na aposta dos portugueses em entender e aprofundar estes temas.   

4. Como é que o investimento pode ser uma estratégia para poupar?

O investimento permite efetivamente poupar e criar riqueza a longo prazo, sendo a participação no mercado de capitais um dos mais atrativos e rentáveis. Em Portugal, muito do rendimento que as famílias conseguem preservar fica parado em contas bancárias ou depósitos de poupança que quase não geram retornos, perdendo poder de compra ano após ano. A aliar-se a esse facto, no atual ambiente macroeconómico, em que a inflação atinge já mais de 10 por cento em Portugal, somente o investimento permite combater o crescente custo de vida. Esta é, assim, verdadeiramente a única forma de não ver o dinheiro reduzir de valor ao longo do tempo e de conseguir antes potenciá-lo.