Podia ser um laço qualquer. Podia ser de outra cor qualquer. Não é. O laço vermelho é o símbolo internacional de solidariedade e de compromisso na luta contra o VIH/SIDA.

Foi criado, em Nova Iorque, por um grupo intitulado Visual Aids, que homenageou aqueles que morreram ou estavam a morrer com SIDA. O vermelho significa sangue, paixão, perigo...

O primeiro dia de Dezembro assinala o Dia Mundial de Luta contra a SIDA. É apenas um dia mas tem consigo o peso de meses, de anos, um dia que nos acorda com saudades de quem já não está, com esperança por aqueles que não queremos que partam, mesmo não os conhecendo. Este é, por isso, um dia para fazer contas à vida e à morte, a tudo aquilo que ainda está ao nosso alcance fazer para ajudar quem precisa.

Duas substâncias constituem novas esperanças no combate ao VIH. Visto que a SIDA ainda não tem cura, a medicina concentra esforços em tentar controlá-la, até porque muitos doentes com VIH já não respondem ao tratamento com o cocktail de fármacos que foram revolucionários na passada década.

Em Agosto de 2007, a FDA aprovou o maraviroc, uma substância que inaugura uma nova classe terapêutica no combate ao vírus ao proteger as células de defesa do organismo ainda antes de este ser atacado pelo VIH. A segunda substância prometedora chama-se raltegravir que, de acordo com um estudo publicado na revista The Lancet, actua como inibidor da enzima integrase (envolvida numa das fases de multiplicação do VIH no corpo humano).

Enquanto não chegam os tratamentos que permitem a cura, fique-se com números que dão que pensar:

4,3 milhões
Este é o número de pessoas que foram infectadas pelo vírus de imunodeficiência
humana em 2006. Nos últimos anos, não sofreu grande alteração.

11 por cento
Esta é a percentagem das infecções por VIH ocorrem entre bebés que adquirem o vírus através das mães. Dez por cento resultam do uso de drogas injectáveis, entre cinco a dez por cento devem-se a relações sexuais não protegidas entre homens e entre cinco a dez por cento ocorrem em locais ligados aos cuidados de saúde. A restante percentagem de infecções é provocada por relações sexuais não protegidas entre homens e mulheres, o que equivale a cerca de dois terços das infecções.

14 milhões
Este é o número de crianças, espalhadas por todo o mundo, cujos pais lhes foram tirados
pelo VIH/SIDA.

Veja ainda O vírus do medo

Texto: Teresa d'Ornellas com Margarida Martins (presidente da Abraço)