Ficção

Amor Estragado

Dois irmãos contam a dissolução de uma família. Manel casou com Ema, e foi até que a morte os separasse como enfim os separou – pelas mãos dele. Habituado ao álcool e incapaz de lidar com as frustrações, não era a ele que mãe e irmãos deviam o amor sem reservas? Zé, casado, agora com três filhos, não vê no sangue uma desculpa para a vida do irmão. Pela mão da violência, que é pedra de toque, assistimos a uma família cujos laços se desfazem. E à vida transformada noutra coisa. Amor Estragado é um romance sobre a família enquanto território a proteger, a traição da vida adulta face às certezas da infância, a inveja, o desgosto, a degradação que o vício impõe e o que custa perder um lugar de honra. E inevitavelmente sobre a culpa – do homem que mata e de quem não o impede.

Ana Bárbara Pedrosa é autora dos romances Lisboa, Chão Sagrado (2019) e Palavra do Senhor (2021), ambos com chancela Bertrand Editora. Escreve textos para vários órgãos de imprensa com regularidade e assina uma crónica no jornal Mensagem de Lisboa. É doutorada em Ciências Humanas, mestre em Estudos Portugueses, pós-graduada em Linguística e em Economia e Políticas Públicas e licenciada em Línguas Aplicadas.

Amor Estragado (Bertrand Editora), de Ana Bárbara Pedroso, tem o preço de 17,7 euros.

Amor Estragado

A Embaixada

Portugal, século XVI. No auge dos Descobrimentos Portugueses, D. Manuel I envia ao Papa Leão X uma grande embaixada, a demonstração viva do seu poderio temporal.  A comitiva parte de Lisboa em cinco embarcações com um tesouro valiosíssimo e animais exóticos trazidos de África e da Índia. Após conturbada viagem o cortejo chega a Roma, onde o Papa preparara uma sumptuosa receção com a presença das mais altas figuras profanas e religiosas da época.

Entre a fé e a cegueira do poder, o sentido de missão e a vaidade, só o amor poderá ser redentor. Aos olhos de Deus as personalidades da história não ficarão impunes. E Deus não jogará aos dados.

José Manuel Saraiva nasceu na aldeia de Santo António de Alva, em 1946. Estudou em Coimbra e fez a guerra na Guiné. Dedicou a sua vida profissional ao jornalismo, tendo pertencido aos quadros de O Diário, Diário de Lisboa, Grande Reportagem e Expresso. Em 2001, publica a sua primeira obra de ficção, As Lágrimas de Aquiles. Seguiram-se os romances Rosa Brava (traduzido em italiano), Aos Olhos de Deus, A Terra Toda, A Última Carta de Carlota Joaquina e O Bom Alemão.

A Embaixada (Clube do Autor), de José Manuel Saraiva, tem o preço de 16 euros.

a embaixada

A Templária

Reino de Portugal, 1296. Esta é a história de Policena da casa de Eiravedra, uma jovem que nasce em Tomar, a cidade templária, e que com a morte de sua mãe cresce num lar apenas de homens. Assim o pai a educa, como se fosse um dos outros três filhos, assim a petiza aprende as letras, o manejo das armas e a religião.

Policena, que tem o desejo vedado às mulheres de então de poder estudar, admira o ideal de cavaleiro e acalenta o sonho de vir a ser templária. Sonhos impossíveis, por ser mulher? Não. Ocultando os traços femininos, ruma ao castelo templário, onde estuda e se faz adulta. Mais tarde, ser-lhe-á atribuído um companheiro de armas, de cognome Lourenço. Corpos e almas serão agitados por sensações e sentimentos até então desconhecidos... ambos se apaixonam e vivem um amor proibido. Mas vêem-se descobertos.

Em fuga para o Minho e com destino à Galiza, ela dará por si debaixo do olhar de el-rei Dom Dinis, o rei poeta. E ao coração de Policena chegam novas canções, que a deixarão indecisa sobre a quem o entregar. Contudo, nestes tempos idos como nos dias de hoje, por mais que o tempo passe um coração não esquece.

De mão dada com a História e mergulhando fundo naquela que foi a ordem mais célebre e misteriosa de sempre, Maria João Fialho Gouveia oferece aos seus leitores um romance arrebatador sobre uma mulher que ousou ser dona do seu destino. Sob o signo da cruz e da paixão.

Maria João Fialho Gouveia é filha dos anos 60 e do Estoril. Cursou Comunicação Social, Línguas e agora História. Jornalista há quase 40 anos, passou pelas várias áreas da imprensa. Tem dez livros publicados, entre eles, Fialho Gouveia – Biografia sentimental, Dona Francisca de Bragança – A princesa boémia, Maria da Fonte – Rainha do povo, Os Távoras – Entre a virtude e o pecado.

A Templária (Bertrand Editora), de Maria João Fialho Gouveia, tem o preço de 18,8 euros.

A Templária

Filipe I de Portugal – O Rei Maldito

Catarina recusava-se a ir. A raiva a toldar-lhe os pensamentos. Era ela a legítima pretendente ao trono de Portugal. Filha de D. Duarte, casada com o duque de Bragança, neta de D. Manuel I. Não, não iria às Cortes de Tomar assistir ao juramento. Ao contrário da maioria da nobreza portuguesa, nunca aceitaria que o rei de Espanha se tornasse Filipe I de Portugal. Continuaria a lutar até ao fim pela independência da coroa que era sua, nem que para isso tivesse de sacrificar tudo e todos. Filipe tentou que D. Sebastião desistisse da ideia de lutar contra os mouros em Alcácer Quibir. Mas o destino estava traçado. Morto o rei de Portugal, era preciso pensar no futuro. Filho de D. Isabel e do imperador Carlos V, neto mais velho de D. Manuel I, entraria triunfante com os exércitos em Portugal, o país da sua adorada mãe, e reclamaria o que era seu por direito. Nem mesmo o fascínio que nutria pela sua prima Catarina o iria desviar do seu objetivo.

Isabel Stilwell é jornalista e escritora.  Em 2007 estreou-se na escrita de romances históricos com Filipa de Lencastre e em 2021 conta já com nove romances sobre oito grandes rainhas e um rei, com mais de 300 mil livros vendidos, três deles traduzidos para inglês e um publicado no Brasil. Em 2019 iniciou uma coleção de rainhas de Portugal dedicada aos mais novos. Estão publicadas as histórias de D. Maria II, a menina rainha e D. Filipa de Lencastre, a rainha que seguiu a sua estrela. É mãe de três filhos e avó de oito netos

Filipe I de Portugal – O Rei Maldito (Planeta de Livros), de Isabel Stilwell, tem o preço de 22,9 euros.

Filipe I de Portugal – O Rei Maldito

 O Jogo das Escondidas

Em 1923, Macau é um território ignorado pelos portugueses, mas cobiçado por poderosos interesses internacionais. Casa de piratas, refúgio de espiões, importante porto de tráfico de drogas, a mais oriental colónia ultramarina é um local com poucas regras e sem inocentes, onde se desenrolam decisivas, e mortais, tramas políticas. Ali chegados para esquecerem o passado, o tenente Félix Amoroso, duvidoso agente secreto ao serviço do Estado, e Benedito Augusto, obscuro padre franciscano, veem as suas vidas cruzar-se por interesses comuns. Um tabuleiro em que se move ainda Ding Ling, uma chinesa de muitas faces e influências, e o perigoso casal Palha, frequentador dos salões do Palácio do Governador. Todos personagens de um jogo de enganos, apenas seres humanos feitos de luz e escuridão, e com segredos a guardar - a todo o custo.

Fernando Sobral (1960-2022) foi um dos cronistas e críticos culturais mais presentes na imprensa portuguesa (Semanário, O Independente, Diário Económico, Se7e, Jornal de Negócios e Público). Publicou vários romances, como L. Ville, Ela Cantava Fados (ambos na Quetzal), O Segredo do Hidroavião, A Grande Dama do Chá, O Navio do Ópio, além de livros de crónica e ensaio. Morreu em maio de 2022. A revisão do livro O Jogo das Escondidas decorreu pouco tempo antes da morte do autor.

O Jogo das Escondidas (Quetzal), de Fernando Sobral, tem o preço de 17,7 euros.

 O Jogo das Escondidas

Não Ficção

Mulheres na Guerra

Mulheres na Guerra, da jornalista Helena Ferro Gouveia, com posfácio de Ana Gomes, faz a biografia de 18 mulheres divididas entre guerreiras, rainhas, jornalistas e espias. A primeira de que há registo data de 1200 a. C., era uma marechal chinesa e chamava-se Fu Hao, mas há espias ao serviço de sua majestade (Gertrude Bell), jornalistas como Martha Gellhorn que desembarcou com as tropas aliadas na Normandia na II Guerra Mundial ou rainhas como a bailarina Olesia Vorontnyk. Ou a Birdie de Azovstal, sem cuja heroica resistência Mariupol nunca voltará a ouvir o rouxinol. Mas também Antónia Rodrigues, conhecida como Antónia de Aveiro, “o terror dos mouros”, ou Maria Florinda da Luz, camponesa analfabeta de Nisa… e Maria Quitéria, brasileira que se disfarçou de homem e se alistou no exército para lutar contra as tropas portuguesas na Guerra da Independência do Brasil – estas são apenas algumas das muitas mulheres que se destacaram como combatentes, parte das quais tão bem retratadas nestas páginas.

Helena Ferro de Gouveia trabalhou em mais de 50 países em quatro continentes. Viveu duas décadas na Alemanha, onde foi gestora de projetos internacionais de cooperação e desenvolvimento, assim como consultora.

Mulheres na Guerra (Oficina do Livro), de Helena Ferro Gouveia, tem o preço de 15,9 euros.

Mulheres na Guerra

Já Não Sou o que Era Agora Mesmo

Poemas, desabafos e reflexões de uma “alma inquieta” sobre saúde mental, mas não só, dedicados a um pai, o ator Pedro Lima. “Neste livro trago-vos os desabafos e reflexões de quem observa os erros do passado e se impede de os perpetuar no futuro, numa tentativa de dar a mão a alguém que se sente encurralado, sozinho e incompreendido, acabando por dar a mão a mim mesmo”, conta-nos João Francisco Lima, nascido em Lisboa em 1998, licenciado em Gestão pela Nova SBE e com mestrado em Marketing na RSM, na Holanda. Atualmente vivE em Dublin, na Irlanda, onde trabalha numa empresa tecnológica multinacional.

Já Não Sou o que Era Agora Mesmo (Oficina do Livro), de João Francisco Lima, tem o preço de 14,5 euros. O livro chega aos escaparates a 30 de maio.

Já Não Sou o que Era Agora Mesmo

Última Vida

Um livro em que Fernando Pinto do Amaral retoma o seu lirismo de tons melancólicos, numa evolução que leva mais longe os caminhos encetados n’ O Terceiro Vértice (2019). Tal como esse livro, Última Vida divide-se em três partes: a primeira constituída por sonetos; a segunda por uma não-carta-de-amor em sete estâncias; e a terceira por poemas que parecem dar-nos o retrato de um espírito ou de um planeta feitos de sombras, em vésperas de um “fim do mundo” anunciado. Fernando Pinto do Amaral nasceu em 1960 em Lisboa. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas, concluindo o Mestrado e o Doutoramento em Literatura Portuguesa. Professor do Departamento de Literaturas Românicas da Faculdade de Letras de Lisboa. Foi Comissário do Plano Nacional de Leitura entre 2009 e 2017. Publicou poesia, prosa, ensaio e prefaciou e traduziu obras de muitos poetas. O seu «Fado da Saudade», cantado por Carlos do Carmo, recebeu em Espanha o Prémio Goya para melhor canção original em 2008.

Última Vida (Dom Quixote), de Fernando Pinto do Amaral, tem o preço de 13,9 euros.

Ultima Vida