"A crise está a impactar a vida da mulher por toda a Europa. As mulheres ganham menos que os homens, mas têm as maiores responsabilidades no seio da estrutura familiar", frisou.
Também a presidente da UMAR/Açores, Maria José Raposo, considerou que são "as mulheres as mais afetadas pela crise", o que motiva ainda "a perda de direitos e poder de compra". A responsável alertou para a situação das mulheres em alguns setores especificios, caso da agricultura, pescas com "vencimentos inferiores aos dos homens", acrescentando que a crise também afeta as empregadas domesticas.
A campanha vai recolher, em outubro, nos Açores, testemunhos de mulheres para dar visibilidade a situações específicas em alguns setores de trabalho.
"Vamos começar a recolher depoimentos vídeo e áudio sobre o impacto da crise e a 17 de outubro vamos apresentar os primeiros testemunhos", revelou Judite Fernandes, da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) nos Açores e da Marcha Mundial das Mulheres, que lança a campanha contra a austeridade sobre o impacto da crise na vida das mulheres.
A campanha foi hoje apresentada em simultâneo em diferentes cidades da Europa, incluindo os Açores, em Ponta Delgada. Numa conferência de imprensa, Judite Fernandes referiu que a primeira ação da campanha nos Açores será "a apresentação dos vídeos e áudios com testemunhos de mulheres", acrescentando que “em Portugal vão decorrer ações, em outubro, em quatro regiões, caso de Lisboa, Coimbra, Porto e Açores”.
Segundo a responsável, além do lançamento hoje da campanha a nível europeu foram coordenadas mais três datas, nomeadamente os dias 17 de outubro com ações em torno da erradicação da pobreza, da banca e do sistema financeiro, outra no dia 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos) com 24 horas de ação feminista à volta do mundo focada na saúde, nos direitos sexuais e reprodutivos, encerrando a campanha a 08 de março de 2013.
Judite Fernandes sublinhou que a iniciativa constitui "um ponto de partida para que as reivindicações das mulheres sejam ouvidas", já que são "aquelas que mais estão a sentir o efeito da crise, quer pela redução do poder de compra, ora pelo desemprego ou pela situação precária no trabalho".
Lusa
04 de outubro de 2012
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