A asma é uma das doenças inflamatórias crónicas mais comuns, afetando cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo.

"Atinge todas as idades, sendo a doença crónica mais comum na infância. Os estudos realizados em Portugal mostram prevalências que rondam os 5,3% da população geral e de 7,2% nas idades pediátricas. Assim, em Portugal, estima-se que existam mais de 600 mil asmáticos ou seja 1 em cada 15 portugueses tem asma", explica Eunice Dias de Castro, imunoalergologista.

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A asma pode apresentar um impacto importante na qualidade de vida do doente e na sua produtividade escolar/laboral, bem como em termos económicos globais, com elevados custos diretos e indiretos, particularmente se não for tratada e controlada.

"Estima-se que os custos totais da asma na Europa ascendam aos 17,7 mil milhões por ano. Os internamentos hospitalares e os custos com a medicação constituem os principais custos diretos, enquanto que os custos indiretos estão maioritariamente relacionados com a perda de produtividade", adverte.

A alergia constitui o fator de risco mais importante para o desenvolvimento de asma, desempenhando um papel preponderante na asma pediátrica e em cerca de 50% das asmas nos adultos. "A asma e a alergia estão estreitamente relacionadas, com as manifestações de asma coexistindo com as de outras doenças alérgicas (alergia alimentar, dermatite atópica, rinite alérgica). Cerca de 75% dos adultos com asma têm rinite alérgica e 50% dos doentes com rinite alérgica apresentam asma", refere.

Outros fatores de risco

Outros fatores de risco relacionados com o indivíduo incluem "a predisposição genética, a história familiar de asma ou alergia (a asma e alergia parental está associada a maior prevalência de asma durante as primeiras duas décadas de vida) e o sexo (a prevalência de asma é maior no sexo masculino, durante os primeiros anos de vida; ocorre uma subida no sexo feminino, durante a adolescência, após a qual, a prevalência parece ser superior)", indica a médica.

"Fatores de risco relacionados com o ambiente incluem os aeroalergénios (ácaros do pó doméstico, pólenes, epitélios de animais domésticos e fungos) e os alergénios ocupacionais (identificados mais de 250, responsáveis pela asma ocupacional- cerca de 10% das asmas)", acrescenta.

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"A exposição precoce a certos vírus respiratórios, bem como a exposição a fumo de tabaco, durante a gravidez e infância precoce, também aumenta o risco de asma", afirma.

O diagnóstico de asma é realizado com base história clínica, exame físico, provas de função respiratória e testes de alergia. "Deve ser efetuado o mais precocemente possível, de forma a iniciar o tratamento e prevenir quer a ocorrência de crises, com potencial risco de vida para o doente, quer o declínio progressivo da função pulmonar", prossegue a especialista.

"É altamente recomendável a avaliação por um médico imunoalergologista, que irá tratar o doente, de todas as faixas etárias, na globalidade das manifestações da doença alérgica", alerta a médica.

Como se trata?

O tratamento é instituído, de acordo com a idade e com as características da asma naquele doente em particular.

"A educação do doente relativamente à sua doença e a identificação dos fatores potencialmente desencadeantes de crise (como alergénios, infeções respiratórias por vírus, exercício físico, irritantes, stress emocional, mudanças de temperatura), são fundamentais em todos os casos. É importante incentivar e adequar a prática de exercício físico a cada doente, podendo esta ajudar, inclusivamente, no controlo da doença", esclarece.

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Segundo a especialista, o tratamento farmacológico engloba medicamentos de controlo (anti-inflamatórios por via inalada e/ou oral, bem como broncodilatadores inalados; em casos mais graves pode incluir medicamentos biológicos) e medicamentos de alívio (broncodilatadores inalados de ação rápida), em caso de crise. Existem vários tipos de inaladores cuja escolha deverá adequar-se às características e preferências do doente.

Nas asmas alérgicas, poderá estar ainda indicada a imunoterapia específica (“vacinas”), único tratamento com potencial para mudar o curso da doença, melhorando a qualidade de vida e reduzindo, a longo prazo, os custos e impacto das alergias.

Ao longo do tempo, devem ser implementadas estratégias de monitorização que podem envolver ajustes no tratamento.  O objetivo final é obter e manter o controlo da doença (minimizar frequência de sintomas, interferência na atividade diária e sono e necessidade de medicação de alívio, bem como manter a função pulmonar dentro da normalidade).

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