Vai juntar-se à nova greve das mulheres Dia 8 de março é o dia
Vai juntar-se à nova greve das mulheres Dia 8 de março é o dia créditos: Instagram/womensmarch

Após a Marcha das Mulheres, um protesto que mobilizou cinco milhões de pessoas no mundo inteiro, a organização decidiu planear uma nova greve que se irá realizar no dia 8 de março, data em que assinala o Dia Internacional da Mulher.

Em busca de mais igualdade, justiça e direitos humanos para as mulheres e todos os géneros alvo de opressão, o "A Day Without A Woman" (Um Dia Sem Mulher) é um dia em que se pretende “reconhecer o valor que as mulheres oriundas de diferentes backgrounds oferecem ao sistema sócioeconómico”, referem os organizadores do evento.

Assim sendo, todas as pessoas que decidam juntar-se a esta greve mundial, podem fazê-lo através de três maneiras: abster-se do trabalho independentemente da sua situação laboral, evitar gastos ou usar a cor vermelha em solidariedade com a data.

Veja também: E se as mulheres fizessem greve? É isso mesmo que vai acontecer no dia 8 de março.

Assim sendo, desafiámos todos os utilizadores do SAPO, especialmente as mulheres, a partilharem connosco o seguinte: se as mulheres fizessem greve a 8 de março por que motivo o fariam? E ao absterem-se de qualquer tipo de trabalho neste dia, seja laboral ou doméstico, que impacto é que isso teria na sua vida e daqueles que o rodeiam?

Estas foram as respostas. Se quiser mandar a sua opinião pode fazê-lo para: sapolifestyle@sapo.pt.


"O Dia da Mulher deve ser todos os dias, porquê uma data? Talvez para muitas é o único dia do ano em que se soltam e por isso anseiam pelo 8 de março, mas para mim é um dia igual aos outros desde que seja respeitada e amada tal como sou. Não preciso de fugir de tudo o que tenho todos os dias. É a minha opinião".

Elisabete Lameiro, opinião via Facebook


"Considero-me feminista, na medida em que almejo uma sociedade igualitária. Sou mãe, esposa, trabalhadora por conta de outrem e dona de casa. Sou uma super mulher, num mundo de super mulheres. É esse o meu papel. Acredito que as mulheres são o alicerce da sociedade mas não faria greve no dia 8 de março.

Não seria uma greve que iria provocar o aumento do salário mínimo, a redução de horas efetivas de trabalho, mais medidas efetivas de incentivo à maternidade, melhores condições para criarmos melhor os nossos filhos ou que nos permitam, a nós mulheres, desempenhar melhor o nosso papel! Acredito que, em Portugal, se melhorássemos as condições de vida da nossa sociedade as mulheres também viveriam melhor!! Vivemos subjugadas numa repressão económica e enquanto assim for, não há greve que nos valha!!".

Lígia Rocha, opinião enviada via e-mail


"Todos os dias são da mulher: uns correm melhor, outros são mais trabalhosos!".

Isabel Gama, opinião via Facebook


"Se eu fizesse greve, a minha casa virava-se de pernas para o ar. Não haveria pequeno-almoço para os miúdos e para haver, o pai teria de se levantar uma hora mais cedo! Não haveria quem os levasse à escola ou os fosse buscar à hora de almoço e lhes desse a refeição. Às 17.30 seria preciso ir buscá-los, ir às compras, dar-lhes de lanchar, fazer o jantar, pôr a roupa a lavar e a secar e ajudá-los nos trabalhos de casa. Dificilmente sobraria tempo para os miminhos do costume, os tais 10 minutos em que sou só deles. Já no trabalho, só dariam pela minha falta para me descontarem a remuneração do dia!

A respeito das mulheres, acho que não somos nem deveríamos querer ser iguais aos homens. Porque simplesmente não somos iguais. E as diferenças existentes, e que são reais, deveriam gratificar-nos e não desfavorecer-nos. Somos indispensáveis e a sociedade deveria ter-nos em melhor conta: tratar-nos com mais respeito atendendo às capacidades inerentes e de trabalho em várias vertentes que temos e fazemos. Somos pois, multifuncionais.

Mas somos, na sua maioria, desprotegidas por uma lei que insiste em legislar a favor dos homens. Leis feitas por homens num mundo em que a vontade masculina impera e em que o género masculino é preponderante e prepotente. Mas creio que muitas vezes as próprias mulheres ajudam a que sejamos tratadas pelos outros com pouco respeito. Umas porque se subjugam às vontades do género masculino e desdenham aquelas que se insurgem, minando caminho. Outras, porque almejam estatuto diverso e cometem o erro de quererem ser iguais aos homens. Sem o serem. E sem perdoarem àquelas que não querem esse caminho.

Somos mulheres e somos muito mais bonitas, frescas, multifacetadas e multifuncionais, trabalhadoras e resilientes, e muitas outras coisas mais. Mas algumas, como eu, começam a ter muito pouca disposição para o que aí se avizinha. Não custa celebrar o dia da Mulher. Custa mesmo é viver sendo Mulher".

Patrícia Silva, opinião enviada via e-mail

"Felizmente no meu caso não acontecia nada pois o meu marido é homem suficiente para cuidar da casa e da filha. Do ponto de vista laboral, também porque não estou a trabalhar. Terei muito gosto em participar se a organização garantir que também fará uma marcha pelos homens que sofrem alienação parental e que são injustamente acusados de abusos e/ou maus tratos... Ele por Ela e Ela por Ele, certo?".

Catarina Leitão Martins, opinião via Facebook


"Ser Mulher é ser como o sal: a nossa presença nunca é lembrada, mas a nossa ausência faz todas as coisas ficarem sem sabor. Eu sou filha, sou mãe, sou o despertador, sou a cozinheira, sou a empregada doméstica, sou a conselheira e sou o cobertor.

Não tenho feriados, não tenho dia de folga, trabalho dia e noite e ainda ouço a frase: ''Mas o que é que tu fazes o dia inteiro?'' Por isto acho que neste dia todas nós deveríamos ter ''A FOLGA''. Para além de não trabalhar, ficar no sofá e pedir o que nos apetecer, não ser cozinheira, empregada doméstica e tudo aquilo que fazemos no dia-a-dia. E como acho que todos gostariam de ser um pouco mulheres (senão no carnaval não se mascaravam todos de mulher) deveria ser o DIA da vida deles na pele de uma mulher!".

 Nicole Costa, opinião enviada via e-mail


"Sou aluna do secundário. Ainda não tenho trabalho mas sei que existe uma triste desigualdade salarial em Portugal, em que os homens recebem mais que as mulheres. Também sei que as mulheres quando grávidas são vistas como um problema para os seus patrões: mais gastos e mais licenças de parto. Ser mulher não deveria de ser sinónimo de problemas, no que toca à gravidez e licenças.

Chegamos ao ponto que se mostrarmos mais as pernas ou descermos o decote, ganhamos pontos e, se calhar, trabalho. Chegamos ao ridículo em que tudo é razão para descriminação. Alargando o assunto, podemos falar da desvalorização da mulher. Há uns tempos ouvi alguém dizer que uma mulher não podia ser presidente da república, a razão? Ser mulher.

Desde quando ser mulher me impede de fazer o quer que seja? Se eu tiver capacidades para tal, só tenho de lutar para atingir os meus objetivos! ".

 Rafaela Pires, opinião via Facebook


"Se eu decidisse juntar-me a esta greve mundial, optaria neste dia pelo uso da cor vermelha em solidariedade com a data. Se fizesse greve no dia 8 de março seria para reivindicar a igualdade salarial entre homens e mulheres com as mesmas funções e a discriminação existente em muitos países entre homens e mulheres.

Se eu não for trabalhar neste dia provavelmente no dia seguinte terei o dobro do trabalho. Em casa muitas das tarefas são apenas desempenhadas por mim porque o meu companheiro acha que não tem muito jeito/ou que não sabe!!! Se não as fizer neste dia, no dia seguinte provavelmente os de casa darão pela falha. Para mim, ter um dia que não tenha de fazer todas as tarefas inerentes ao meu dia a dia serviria para descansar!!! Mas um dia é muito pouco e causa pouco impacto!!! O ideal seria um mês!! Aí sim, o impacto e o reconhecimento da minha falta seria grande!".

Elsa Alves, opinião enviada via e-mail