Segundo a Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares (ADEB), entre 10 a 25% das mulheres portuguesas sofrem de depressão, o que representa o dobro comparativamente ao sexo masculino.

Dados da ADEB apontam mesmo para uma maior predisposição generalizada do sexo feminino para as doenças mentais.

Entre as principais causas estão factores hormonais. Esta é uma das principais conclusões de uma sessão de esclarecimento sobre doenças mentais realizada recentemente e que reuniu vários especialistas.

O estigma associado às perturbações mentais, importância do tratamento adequado e contínuo e apoio psico-educacional da sociedade foram algumas das questões abordadas no encontro. 

 Segundo a Maria Luísa Figueira, chefe do Serviço de Psiquiatria do Hospital Santa Maria, «os doentes mentais continuam a ser alvo de preconceito por parte da comunidade, o que tem graves repercussões na sua vida e, consequentemente, na recuperação e reintegração».

A ideia pré-concebida de que «estas patologias não têm tratamento, as pessoas com doenças mentais são agressivas ou que só existe um tipo de doença mental» são alguns dos estigmas normalmente associadas a este tema, explica a responsável.

Para José Jara, director do Serviço de Psiquiatria do Hospital Júlio de Matos, a importância da medicação no processo de reabilitação é um factor-chave: «É fundamental que se comece a tratar este tipo de patologias logo de início. Muitos dos efeitos destas doenças são reversíveis com medicação apropriada».

Em Portugal, estima-se que 100 mil pessoas sofram de esquizofrenia e 200 mil de distúrbio bipolar. Segundo os especialistas, uma em cada cinco pessoas pode vir a sofrer de doença mental. A maioria das patologias começa a manifestar-se na juventude, mas podem também ocorrer na idade adulta.

Actualmente, sabe-se que há alterações biológicas no cérebro das pessoas, mas também factores genéticos que podem contribuir para a manifestação de perturbações mentais, bem como determinantes psicológicos, tóxicos, físicos e sociais.

Sinais como alterações de sono, falta de apetite, ansiedade excessiva ou oscilações de humor podem indicar perturbações mentais.

27 de Novembro de 2008