De acordo com os resultados do relatório ‘Healthy & Sustainable Living’ (H&SL), que avalia a opinião de consumidores em 30 países, e que em Portugal inquiriu mil adultos para perceber as tendências dos comportamentos dos portugueses nas áreas do ambiente e da sustentabilidade, “o preço deveria ser um instrumento de incentivo para o consumo sustentável”.

Se globalmente esses são também apontados como os principais entraves à aquisição de bens e produtos sustentáveis, em Portugal o “insuficiente apoio governamental” e acharem os produtos “muito caros” têm um peso maior do que a média nos restantes mercados analisados.

No estudo hoje apresentado, os portugueses inquiridos querem que as empresas ofereçam versões mais baratas e aumentem a durabilidade dos produtos, assim como facilitem o acesso a informação sobre artigos de baixo custo.

Embora essas sejam também as três formas mais apontadas globalmente para que o consumidor consiga pagar produtos mais saudáveis e ambientalmente responsáveis, em Portugal esses aspetos são mais acentuados.

“A maioria dos portugueses considera ainda que os produtos que têm um impacte negativo no ambiente devem ser mais caros”, é referido no relatório.

O estudo revela que os consumidores nacionais não querem pagar mais por uma vida mais saudável e mais sustentável, considerando que as empresas não devem cobrar mais por esses artigos e que eles devem ser mais acessíveis, além de valorizarem a reciclagem e a reutilização das embalagens. Já sobre a possibilidade de aluguer de objetos, os consumidores mostram-se pouco recetivos.

Para encorajar a apostar na reparação de artigos avariados, a rapidez do serviço é vista como o fator mais importante no caso da roupa e sapatos e da eletrónica, enquanto no mobiliário a recolha desse material em casa é o mais valorizado.

O mesmo documento conclui que os governos de cada país e as empresas de alimentos, de bebidas e agrícolas são os agentes económicos que os portugueses acreditam terem maior poder para influenciar mudanças positivas na criação de um sistema alimentar mais saudável e sustentável.

Se por um lado mais de metade das pessoas com mais de 35 anos atribui maioritariamente essa responsabilidade aos governos, a Geração Z, entre os 18 e os 24 anos, acredita mais na influência de celebridades e influenciadores com esse propósito (21%).

Na alimentação, os portugueses associam os alimentos bons, saudáveis e sustentáveis à comida biológica, mas no campo dos alimentos saudáveis os não processados surgem no topo das perceções dos inquiridos, que olham para os produtos alimentares produzidos protegendo o bem-estar animal e bons para o ambiente associados à sustentabilidade.

Questionados sobre a forma como os alimentos são produzidos na exploração agrícola, processados, expedidos, armazenados e depois vendidos aos consumidores e descartados, os mil participantes no estudo manifestam um elevado nível de preocupação com quase todos os elos da cadeia alimentar.

A fome e a má nutrição aparecem no topo como os aspetos mais citados, de imediato seguidos pela utilização de pesticidas químicos e fertilizantes na agricultura, pela obesidade, pelo desperdício alimentar, nas famílias e na distribuição, com os resíduos de plástico das embalagens de alimentos e com as desigualdades no acesso a alimentos saudáveis e nutritivos.

Evitar o desperdício alimentar é a ação que os participantes no estudo acreditam estar mais facilmente ao seu alcance.

Quando perguntado aos portugueses que fazem parte do universo do questionário por que acham difícil comprar alimentos saudáveis e sustentáveis, a maioria responde que não os pode pagar, também há quem mencione não estarem disponíveis e quem refira não estar familiarizado com esses produtos.

Com acesso a informação sobre como as marcas estão a desenvolver trabalho numa vida mais saudável e ambientalmente responsável sobretudo através das redes sociais, da publicidade e de notícias, os consumidores portugueses tendem a estar mais interessados em ouvir falar de ações relacionadas com o bem-estar dos animais ou da utilização de ingredientes que não contêm produtos químicos sintéticos.

O relatório ‘Healthy & Sustainable Living’, com uma periodicidade anual, inclui pela primeira vez os dados de Portugal, resultado da parceria entre a consultora Natural Business Intelligence e a multinacional GlobeScan.

Os promotores afirmam ser o inquérito mais extensivo a nível mundial na aferição das perceções e comportamentos dos cidadãos quanto às preocupações ambientais, económicas e sociais.

No país, a auscultação aos cerca de mil participantes, de diferentes gerações, com rendimentos diversos e residentes em cidades, vilas e aldeias, foi feita ´online` em junho e julho de 2021.

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