No geral, o preço dos alimentos (26%) é o fator que mais influencia as escolhas alimentares dos entrevistados, seguindo-se o impacto na saúde (23%) e o sabor e prazer (18%). Por outro lado, a sustentabilidade ambiental (4%) e influências externas, como amigos e redes sociais (3%), têm um peso reduzido nas decisões dos consumidores, indica o estudo.

Grande parte dos participantes demonstra ter algum interesse em experimentar alternativas alimentares, sendo que 24% já experimentou ou esteve prestes a fazê-lo. Em contrapartida, 27% dos entrevistados mostraram-se bastante interessados, apesar de não terem experimentado ainda este tipo de comida. Questões como o preço elevado (24%) e a desconfiança em relação ao sabor (19%) são consideradas pelos inquiridos como as principais barreiras para a adoção de alternativas alimentares, desde alimentos à base de plantas ou proteínas cultivadas.

No que diz respeito ao tipo de dieta alimentar praticada, a alimentação tradicional é a mais comum e 45% afirma seguir este tipo de dieta. A segunda mais popular é a dieta mediterrânica (26%), enquanto as dietas vegetarianas, veganas e flexitarianas têm uma presença menor. De acordo com o estudo, 29% dos entrevistados optam sempre por produtos locais e 36% valoriza também a origem nacional dos alimentos, embora nem sempre consigam encontrá-los.

A sustentabilidade alimentar é considerada importante pela maioria, com 26% a tentar seguir uma alimentação sustentável sempre que é viável e 51% a fazê-lo na medida do possível. Quanto às emoções predominantes em relação ao consumo de alternativas alimentares sustentáveis, sentimentos como a curiosidade (36%), a esperança (19%) e o entusiasmo (18%) são as emoções mais mencionadas pelos participantes, embora alguns revelem preocupação (10%) e ceticismo (9%).

O futuro da alimentação em Portugal é outro dos temas abordados no estudo, em que quase metade dos inquiridos (42%) acredita que as tradições alimentares irão prevalecer com algumas adaptações. Em oposição, 19% expressa preocupação com o rumo da indústria alimentar e 17% prevê um aumento significativo no consumo de alimentos à base de plantas. Relativamente aos

hábitos alimentares como forma de combater as alterações climáticas, 41% dos participantes estariam dispostos a mudar alguns dos seus hábitos alimentares, mas não de forma radical, e 17% afirma já ter mesmo alterado vários hábitos com este objetivo em mente.

Quando questionados sobre a relação emocional que têm com a comida, 35% descreve o ato de comer como uma experiência de prazer e conforto. 29% dos inquiridos associam ainda a alimentação à saúde e bem-estar. Apenas 8% sente culpa por não fazer escolhas alimentares mais saudáveis ou sustentáveis no seu dia-a-dia.

Por fim, o estudo revela também que as campanhas educacionais nas escolas (29%) são vistas como a medida com o maior impacto na educação sobre dietas saudáveis e sustentáveis. Os portugueses consideram ainda que a gradual disponibilização de informação nos rótulos dos produtos alimentares (16%) e as ações de sensibilização em supermercados (13%) também são eficazes neste propósito.

De acordo com a ConsumerChoice, "o questionário foi respondido por 953 portugueses, 53% de pessoas do sexo feminino e 47% do masculino, com idades entre 18 e 64 anos. A maioria dos participantes está localizada na área da Grande Lisboa (35%), região do Norte (22%), Centro (20%), Grande Porto (15%) e a restante percentagem encontra-se distribuída em outros pontos do país".