A taxa de natalidade está a reduzir, enquanto a esperança média de vida aumenta. Este é um dado impossível de contornar. As previsões apontam para que, em 2050, os idosos sejam o dobro das crianças, o que significa que por cada 100 jovens até aos 14 anos, haverá 200 idosos, de acordo com dados do estudo “Inovar a Reforma”. Este fator faz com que a preparação da reforma seja incontornável para toda a população, independentemente do género, e deve começar a ser planeada assim que começa a trabalhar, para que o esforço de poupança seja mais reduzido.
Ainda assim, a reforma continua a ser um tema tabu, a prova disso é que apenas 33% dos portugueses poupam para os seus dias de aposentadoria. Quando se trata de velhice, fintar o tema é mais prejudicial para as mulheres do que para os homens, pelo simples facto de que elas vivem mais tempo, estão mais propensas a estar sozinhas na velhice, têm menos rendimentos e, muitas vezes, têm a seu cargo mais responsabilidades financeiras. Conheça as quatro razões pelas quais as mulheres devem pensar tanto na poupança para a reforma como os homens.
1. Vivem mais tempo
A esperança média de vida à nascença tem vindo a aumentar, tanto para os homens como para as mulheres. No entanto, o género feminino continua a viver mais tempo, o que significa que é mais provável uma mulher viver sozinha durante a sua velhice do que o homem. De acordo com dados do INE, as mulheres vivem, em média, mais seis anos do que os homens. A esperança média de vida é de 82,43 anos e 76,47 anos, respetivamente.
2. Têm menos rendimentos
Apesar de estarem mais presentes no mercado de trabalho do que os homens, as mulheres continuam a receber menos do que o género masculino e estão mais suscetíveis ao desemprego. De acordo com dados da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, as mulheres ganharam, em média, 802 euros brutos por mês em 2010, enquanto o salário dos homens atingiu os 978 euros, o que perfaz menos 18% de rendimento mensal. Isto significa que a poupança para a reforma no feminino poderá ser um exercício mais complicado e que requer planeamento e comprometimento.
3. Têm reformas mais baixas
De acordo com o estudo “Género e Envelhecimento” da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, as mulheres ganham, em média, menos 200 euros de reforma do que os homens. Isto significa que, apesar de viverem mais do que os homens, nem sempre conseguem manter a sua qualidade de vida. Segundo o documento, após os 65 anos as mulheres vivem mais sozinhas e com menos dinheiro. O valor médio das pensões de velhice atribuídas aos homens ronda os 500 euros, enquanto os valores atribuídos às mulheres ficam pelos 297 euros.
4. Valor da reforma tende a baixar
As diferenças salariais e no valor da reforma são atualmente um facto, mas a tendência é este valor baixar tanto para as mulheres como para os homens. Cada vez mais, os portugueses que se reformarem verão o valor da sua pensão de velhice baixar face à sua remuneração. De acordo com o estudo “Inovar a Reforma”, em 2050 prevê-se uma baixa de 35,8% no valor desta prestação. Quem se reformar em 2013 já irá sentir uma redução de 4,8%, esta perda será tanto mais elevada quanto mais tarde as pessoas se reformarem.
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