Hoje, já não basta poupar: por culpa da inflação, todos os anos o nosso dinheiro vale menos. Isto significa que 1000€ guardados hoje no banco, amanhã podem comprar o mesmo que hoje compramos com 800, 600 ou até mesmo 500€.
As previsões atuais indicam que quem se reformar daqui a 20 anos, vai receber cerca de metade do seu último rendimento. De um dia para o outro, um salário líquido de 1800€ transforma-se em 900€; um ordenado de 1300€ passa a 600€.
A proposta que nos traz o livro “Como fazer crescer o seu dinheiro sem esforço” (edição Manuscrito) sublinha que “fazer investimentos não é coisa de ‘ricos’, apenas ao alcance daqueles que têm património considerável ou muitos conhecimentos na área. Se não investirmos, as nossas poupanças perdem capacidade a cada ano que passa. Com uma inflação média de 3%, em 25 anos metade do nosso poder de compra desaparece”.
Hoje, no que toca a investimentos, há produtos e serviços para todas as carteiras, assim como diferentes níveis de risco e de conhecimento. A tecnologia facilita o processo e a informação está disponível.
Do livro, publicamos o excerto abaixo:
Porquê investir?
1 000 000 €: um milhão de euros. Parece impossível conseguir juntar este dinheiro todo, não é verdade? Pois, a realidade é que não é. E a “receita” para reunir este investimento até é relativamente simples:
- Investimento inicial de 1500€;
- 40 anos;
- Retorno médio anual do investimento de8%;
- Contributos semanais de 70€, ao longo de todo o período.
Quem começar a trabalhar aos 22 anos e aplicar uma estratégia de longo prazo que reúna todos estes ingredientes, aos 62 anos terá amealhado pouco mais de 1 milhão de euros. Deste valor total, 145 600 € foram as suas contribuições semanais (70€ x 52 semanas x 40 anos), que foram sendo somadas ao investimento inicial, e os restantes 854 400 € do dinheiro acumulado, ao longo do período de 40 anos, que não parou de crescer graças à taxa de juro média de 8%.
Ao olhar pela primeira vez para esta fórmula, poderá argumentar que colocar de parte 70€ todas as semanas é demasiado para a maioria das pessoas — pelo menos no início da sua vida ativa. No entanto, a verdade é que, nesta fase, a generalidade dos jovens não tem muitos compromissos. E não sendo possível os 70€ logo à partida, um valor mais baixo é igualmente válido. Mais tarde, poderá ser superior.
Acredite: é tudo uma questão de escolhas.
Se considerarmos o salário médio em Portugal (1500€ mensais brutos) e que fazemos parte de uma família com duas pessoas com este nível de rendimento a contribuir para esta finalidade (ou seja, os rendimentos totais são de 3000€), os 3640 € de poupança num ano representam menos de 10% dos rendimentos anuais. Mensalmente, estamos a falar de 9%. Será de facto assim tão impossível?
É certo que nem sempre é possível seguir o plano à risca. Existem momentos na vida em que temos outros projetos, em que acontecem imprevistos, entre outras situações ou questões que influenciam a nossa carteira. Regra geral, porém, é tudo uma questão de saber definir prioridades. O único ingrediente que sai do nosso controlo é o comportamento do mercado. Em relação a tudo o resto, somos donos e senhores do nosso dinheiro.
Rendimentos passados não garantem rendimentos futuros. E dinheiro parado num mealheiro ou na conta à ordem é dinheiro que nunca terá possibilidade de crescer. Pelo contrário, está sempre a perder valor!
Daí que investir já não seja apenas uma possibilidade: no cenário atual em que vivemos, é imprescindível para assegurarmos o nosso futuro.
Repare: se não faz sentido comprar um equipamento e deixá-lo parado, ganhar um voucher ou um cupão de desconto e não o aproveitar, por que razão permite que o seu dinheiro fique adormecido, à espera do momento em que vai precisar dele?
Investir já não é um nice to have, uma dinâmica apenas ao alcance dos que têm património considerável ou conhecimentos na área. Se não investirmos, as nossas poupanças perdem capacidade a cada ano que passa. Com uma inflação média de 3% em 25 anos, metade do nosso poder de compra desaparece!
Com o desenvolvimento da medicina e das condições de vida, vamos viver cada vez mais. O denominado período da reforma, ao qual, no Doutor Finanças, preferimos chamar “segunda vida ativa”, durará cada vez mais anos, e teremos mais energia para poder usufruir dele.
Esta realidade vai exigir de nós mais músculo financeiro, que tem de ser trabalhado com antecedência. É vital que não ignore o poder dos investimentos e que coloque o dinheiro a trabalhar para si. Até porque, se está a contar com a Segurança Social para manter o seu estilo de vida, temos más notícias. Os estudos e avaliações realizados com regularidade sobre a Segurança Social deixam claro que, quando chegarmos à idade da reforma, teremos um corte no nosso rendimento. Para sermos mais precisos, quem se reformar daqui a 20 anos receberá de reforma cerca de metade do seu último rendimento.
Que quer isto dizer? Que uma pessoa que, no fim da sua carreira profissional, estiver a ganhar 2000€ de ordenado, no mês em que começar a sua reforma vai passar a ganhar 1000€. Tudo por causa da fórmula de cálculo das pensões. Se isto não é um argumento mais do que convincente…
Existem inúmeras possibilidades para investir o seu dinheiro, sendo a divisão feita habitualmente da seguinte forma: Produtos de baixo risco (Certificados de Aforro e do Tesouro, Seguros de Capitalização, Seguros PPR); Produtos de risco mais elevado (obrigações, ações, fundos, imobiliário).
Imagem de abertura do artigo cedida por Freepik.
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