Há pessoas que têm a sorte de adorar o que fazem e outras que, muitas vezes vítimas das circunstâncias, têm de passar horas a executar tarefas que estão longe de as preencher ou até mesmo satisfazer.

Para Majda Rijavec e
Dubravka Miljkovic, habituados a lidar com seres que fazem parte de um desses dois grupos, existem três formas de
encarar o seu trabalho.

«Apenas um emprego
que lhe permite ganhar
dinheiro, uma carreira
que lhe confere prestígio
ou uma vocação. Os mais felizes são
aqueles que vêem o
seu trabalho como
uma vocação,
algo que gostam
de fazer, que é
importante e que
pode ajudar os
outros. A carreira e
o reconhecimento
social são coisas boas,
mas a longo prazo
isso não nos fará felizes
se não gostamos do que
fazemos», afirmam estes especialistas em psicologia positiva.

O segredo do sucesso

«Se, por um lado, sabemos
através da pesquisa que o
sucesso não traz felicidade
sabemos que a felicidade leva
ao sucesso. As pessoas mais
felizes tendem a ser mais
criativas, trabalham melhor
em equipa, sentem-se mais
motivadas e enérgicas e em
geral têm elevados níveis de
produtividade. A felicidade
tanto para o trabalhador como
para o patrão é um bom
investimento!», afirma também Tal
Ben-Shahar, professor de psicologia positiva.

Síndrome das férias

Uma pesquisa conduzida por
uma equipa da Universidade
Erasmus de Roterdão, na
Holanda, avaliou o impacto
das férias na felicidade de
um grupo de 1.530 adultos,
dos quais 974 tiraram férias
durante o estudo. Os que
planeavam ir de férias estavam
mais felizes que os restantes.
Mas uma vez de volta, o nível
de felicidade entre os dois
grupos era quase idêntico.

Em caso de férias muito
relaxantes, um ligeiro aumento
de felicidade era notado nas
primeiras duas semanas de
trabalho e desaparecia por
completo após oito semanas.
Para tirar o máximo partido
deste efeito, os investigadores
aconselham repartir as férias
em dois ou mais períodos
curtos ao longo do ano.

Efeito boomerang

Quando a vida pessoal não
corre bem não adianta fechar-se no trabalho.
Um estudo publicado no
Journal of Occupational and
Organizational Psychology avaliou
a ligação entre o bem-estar
geral e os níveis de satisfação
no trabalho e conclui
que as pessoas felizes na vida
pessoal têm maior probabilidade
de serem felizes no trabalho.
No entanto, se estiverem
insatisfeitas na vida em geral,
dificilmente encontram a felicidade
através do trabalho.

Texto: Vanda Oliveira com Alice D. Domar (psicóloga), Tal Ben-Shahar (professor de psicologia positiva), Leo Bormans (especialista em felecidade), Majda Rijavec (professora de psicologia positiva) e Dubravka Miljkovic (professora de psicologia positiva)