Queremos manter o nosso estilo e identidade, esperamos que o nosso gosto prevaleça e, se possível, que nos reconheçam pela nossa imagem impecável e original... Muitas vezes, somos reconhecidos, é um facto, mas não pelas melhores razões.
A imagem que adotamos em ambientes profissionais deverá simbolizar os valores da empresa, que poderão ser, por exemplo, dinamismo, tradição, credibilidade, inovação, sustentabilidade e respeito pelo cliente.
Uma empresa de sucesso tem, habitualmente, uma grande preocupação com a gestão da sua imagem global e com as impressões que causa junto dos seus clientes ou parceiros.
Para esta questão as respostas podem ser muito diferentes. No entanto, em todas elas vai existir um ponto em comum – a história da nossa vida.
Cada um de nós fez um percurso que foi moldando, como o gosto, o corpo e as opções. Detestamos determinados tipos de materiais, porque em pequenos nos picavam a pele e odiamos bordeaux, porque era a cor da farda do nosso colégio, por exemplo.
Adoramos este ou aquele acessório porque nos faz lembrar determinada época feliz da nossa vida e vamos estabelecendo relações afetivas com certas peças de roupa, ao longo do tempo.
As nossas escolhas diárias podem ser condicionadas pela temperatura, pelas últimas tendências da moda, pelo estilo de uma celebridade ou, muito simplesmente, pela nossa falta de vontade de nos arranjarmos.
Este é o ponto mais perigoso de todos e o que mais facilmente nos transporta para uma imagem pouco cuidada que emite, na maior parte dos casos, mensagens erradas sobre quem somos.
Estas mensagens acompanham-nos sempre, em todos os momentos em que nos relacionamos com outras pessoas, sendo assumidas como uma forma de comunicação não verbal. A nossa roupa, nas várias esferas da nossa vida, emite sempre uma mensagem.
Está nas nossas mãos fazer com que o seu conteúdo seja o mais proveitoso possível para nós.
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Assim, em ambientes de trabalho, a nossa imagem pessoal não deve emitir mensagens que digam:
- “Não tenho vontade de estar aqui e só consigo pensar em férias.” Isto pode acontecer se decidirmos usar calções, chinelos, camisas com palmeiras e um teréré no cabelo.
- “Visto-me para mim e não me preocupo com o que possam pensar!”. Se decidirmos, por exemplo, escolher peças muito extravagantes, com muitas misturas de cores e padrões, para uma reunião com um cliente.
- “Gosto do meu corpo e quero que isso se saiba!”. É o tipo de mensagens que transmitimos quando escolhemos peças muito justas ou decotadas, que colocam em evidência determinadas zonas do corpo e distraem as atenções daquilo que é importante, o profissionalismo.
A melhor estratégia
Para conciliar o nosso estilo pessoal com uma imagem profissional credível, que represente os valores da empresa e que, ao mesmo tempo, nos faça sentir confortáveis e confiantes, qual será a melhor estratégia?
A resposta é simples. Tal como numa relação amorosa de sucesso, o truque será fazer algumas cedências, em prol da felicidade e do bom relacionamento entre colegas e clientes.
Deixe as peças de roupa curtas, as t-shirts com frases humorísticas e os chinelos em casa e use-os em encontros com amigos e família.
Se para si é importante ser reconhecido pelas suas competências profissionais, não encare este tipo de cedências como uma dificuldade ou um problema, mas sim como uma adaptação a um desafio que pode ser bastante aliciante – a sua promoção e evolução profissional.
É muito importante ter a consciência de que, num ambiente de trabalho, independentemente dos valores que a empresa veicula, o profissionalismo deve ser o elemento primordial.
Se queremos transmitir aos nossos colegas, a quem está acima de nós numa hierarquia profissional, aos nossos clientes e fornecedores, uma imagem coerente, empenhada e que possa funcionar como rampa de lançamento para novas oportunidades profissionais, ou consolidar as que já temos, podemos seguir alguns conselhos básicos, mas eficazes:
. Cuide de si todos os dias, sem exceção! Nunca se sabe quando é que uma oportunidade pode surgir e devemos, por isso, ter uma imagem sempre cuidada.
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. Seja asseado (a): o cabelo deve estar lavado e bem tratado, a pele hidratada, a barba aparada ou minimamente cuidada, as unhas limpas e arranjadas (no caso das senhoras), e a maquilhagem deve ser leve e realçar subtilmente os traços mais favoráveis do rosto.
Não abuse na quantidade de perfume, por vezes torna-se desagradável e pode incomodar as outras pessoas.
. Encontre os modelos de roupa ideais para o seu tipo de corpo. Não vale a pena usar tudo o que é tendência, se para si não funcionar. Quando uma peça de roupa nos favorece, sentimo-nos mais confiantes e este sentimento transparece e reflete-se na nossa postura.
. Invista em dois ou três fatos, com um bom corte e que possam misturar-se entre si. Assim pode multiplicar as opções e coordenar saias com blazers diferentes e, no caso dos homens, usar umas calças beges com um casaco castanho, ou usar um blazer azul escuro com umas calças cinzentas, por exemplo.
A formalidade da roupa que é apropriada para cada ambiente de trabalho, pode variar. Ainda assim, mesmo que possa usar umas calças de ganga no trabalho, por uma questão de multiplicidade de opções e de adaptação a possíveis situações mais formais, os fatos são uma opção a considerar.
. Prefira as peças lisas. Não atrapalham a comunicação. Se adora padrões tenha o cuidado de não escolher motivos demasiado grandes ou garridos. Serão elementos distrativos.
. Escolha materiais naturais. Além de confortáveis, evitam desagradáveis manchas de transpiração e permitem que a pele respire melhor.
. Tenha um bom stock de peças básicas. No caso das senhoras, é importante investir numa camisa branca, numas calças pretas de corte a direito, num vestido preto estruturado, num blazer cintado, nuns sapatos clássicos com salto alto e numa boa mala num tom neutro como o cinza ou o bege.
No caso dos homens, os básicos vão recair nos fatos clássicos, em duas ou três gravatas, nuns sapatos com atacadores, algumas camisas lisas e calças em sarja.
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. Evite peças demasiado justas e curtas. Só a vão expor e fazer com que se sinta desconfortável.
. Cuidado com os acessórios. Se forem usados em demasia, vão ter um efeito perturbador no seu discurso e imagem profissional.
. Opte por materiais sem brilhos, ganham vantagem sobre peças com um ar festivo. Vista-se de acordo com o seu local de trabalho e não como se se tratasse de uma saída à noite.
. Encontre as cores que mais o favorecem e use-as! Vão disfarçar um possível aspeto cansado e fazer com que pareça mais jovem e saudável!
. Organize o seu guarda-roupa. Não sobreponha as peças nos cabides e separe-as por grupos – o das calças, o das saias, o dos vestidos, o dos casacos. Assim será muito mais simples para encontrar tudo o que precisa, de uma forma rápida e objetiva.
. Arrisque! Vista-se para a profissão que quer ter e não para a que já tem. Este conselho pretende consciencializar o leitor para a possibilidade de uma progressão eficaz na carreira, baseada num cuidado rigoroso com a sua imagem.
Quem causa sempre boas impressões tem mais facilidade de ser reconhecido e lembrado por bons motivos.
Manter uma harmonia entre o nosso gosto pessoal e a imagem profissional que temos de transmitir não deve ser encarado como um problema. Desempenhamos, ao longo da vida, diferentes papéis, sejam eles de ordem pessoal ou profissional, e o elo de ligação entre eles é a nossa personalidade.
A roupa cumpre a função básica de assegurar uma imagem coerente, credível e adaptada às nossas necessidades. Se para além desta função, nos pudermos divertir enquanto cuidamos de nós, melhor ainda.
Vamos sentir-nos mais confiantes, a nossa auto-estima aumenta e a nossa capacidade de comunicação é privilegiada. E todos gostamos de nos sentir assim!
Agradecimentos: Blossom Image Consulting, Lisboa
Imagem: Remington
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