Atualmente, o ritmo frenético do dia-a-dia enraizado nos estilos de vida ocidentais onde procuramos conciliar, à custa de sacrifícios e prejuízos para a saúde física, mental e espiritual, os mais diversos papéis que assumimos, dificilmente nos resta tempo para cuidar de nós mesmo.

Refiro-me ao precioso tempo dedicado ao desenvolvimento pessoal e o auto conhecimento. Na minha opinião, cuidamos muito pouco das nossas necessidades emocionais - segurança, pertença, reconhecimento, expressão, aceitação, confiança, controlo e congruência.

Entre a vida profissional, familiar, a crise social e económica, a televisão e o sofá no final do dia, a alimentação hipercalórica e as compras, as modas, o orçamento familiar e o stresse deixamos de usufruir do tempo para nós mesmo. Desde que acordamos até à hora de ir para a cama andamos em piloto automático, adoptando rotinas e hábitos, alguns deles disfuncionais, sem que tenhamos a verdadeira noção das consequências e o impacto na qualidade de vida. Algumas vezes acordamos para a realidade, quando ficamos deprimidos, ansiosos e esgotados, e afirmamos: «Não tenho tempo para mim».

Segundo um inquérito efetuado pelo Youzz.net e a Oficina de Psicologia, 54% dos portugueses acordam cansados, com a sensação de dormir à pressa, 73% atribuem a perturbação do sono a fatores emocionais, 45% dos participante afirma que na base do problema estão o stresse, a ansiedade e a depressão e 28% afirma que os problemas são associados a questões pessoais e profissionais.

Andamos todo o ano cansados e zangados, sem saber como e porquê, porque descarregamos a frustração e a culpa nas pessoas à nossa volta; é um circulo vicioso.

Nas consultas, ouço com frequência: «Nem quando vou de férias consigo desligar dos problemas e da preocupação. Parece que preciso de problemas, para me manter vivo e ativo…dá-me pica». Ou: «Chego ao fim do dia exausto, de rastos… e isto é a minha vida».

Seriamos mais felizes se dedicássemos mais tempo a nós mesmo - desenvolvimento pessoal e auto conhecimento? A minha resposta é sim. Qual é a sua resposta?

Quando afirmamos «não tenho tempo para mim» pode significar fugir da sensação de solidão, e evitarmos estar sós, queremos a todo custo conciliar os diversos papéis que assumimos, na medida em que tornavam a nossa vida interessante e preenchida. Paradoxalmente, acabamos frustrados e desiludidos, porque «não tenho tempo para mim».

A partir de hoje, quando afirmar «não tenho tempo para mim», já sabe, pode significar um alerta, a fim de inverter as suas prioridades. Coloque-se em primeiro lugar – amor-próprio.

Desejo-lhe uma excelente semana com tempo para si.

João Alexandre Rodrigues

Addiction Counselor

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