Que as mulheres fazem as coisas bem feitas ninguém duvida. Mas ainda ninguém se tinha dado ao trabalho de recolher as provas científicas suficientes para demonstrá-lo. Ninguém, até ao dia em que Susan Nolen-Hoeksema, psicóloga na Universidade de Yale nos Estados Unidos da América, reuniu em livro as principais descobertas e estudos científicos realizados sobre o sexo feminino. Em «A vantagem de ser mulher», editado em Portugal pela Estrela Polar em 2010, os relatos pessoais de mulheres e as descobertas científicas dos últimos anos servem de ponto de partida para analisar a forma como o sexo feminino supera as adversidades.
Alguns mitos são também deitados por terra como o das emoções, consideradas por muitos a fraqueza feminina, mas que para a autora se traduzem numa capacidade de expressão e perceção, logo numa ferramenta extremamente útil. «O radar emocional de alta qualidade das mulheres permite relacionamentos mais produtivos e mutuamente satisfatórios, no trabalho e em casa», referiu, na altura. A autora começa por definir nesta sua obra as quatro forças femininas (mentais, de identidade, emocionais e relacionais), ilustrando-as com casos reais e depois traça um plano para que cada uma de nós se possa tornar mais forte.
As estratégias e exemplos que aponta, ajudam-nos a pensar e avaliar as nossas atitudes em todas as esferas da vida, desde o papel da mulher como mãe, esposa ou amiga. Até o temido envelhecimento é aqui abordado sem medos. A autora sugere mesmo que «todos faríamos bem em envelhecer como uma mulher». Ao contrário da imagem negativa atribuída às rugas e às mudanças físicas impostas pela menopausa, os estudos revelam que é com o avançar da idade que elas se sentem mais satisfeitas com a vida, consigo mesmas e que a incidência de depressão é menor, quando comparada com as jovens adultas.
«As vidas das mulheres melhoram em vez de piorarem quando elas ficam mais velhas, devido às tremendas forças psicológicas», afirma a autora. Mais uma vantagem de ser mulher! Susan Nolen-Hoeksema morreu a 2 de janeiro de 2013, cerca de dois anos e meio depois do lançamento da versão portuguesa do livro, vítima de uma operação ao coração na sequência de uma infeção. Tinha 53 anos. Para trás ficou um muito elogiado trabalho de investigação na área da diferença de géneros, da depressão na adolescência e da saúde mental feminina.
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